Uma empresa de Felipe Neto, influenciador digital e apoiador do Governo Lula, está sendo investigada por receber R$ 14 milhões em isenção fiscal por meio do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). O benefício, que equivale a um ano de pagamentos do programa Bolsa Família, poderia atender cerca de 1,7 mil famílias. A informação foi divulgada pelo site Block Trends e levantou questionamentos sobre a adequação da empresa às condições da lei que concede o benefício.
A Play9, fundada por Felipe Neto em 2019, opera principalmente no ambiente digital e é especializada no desenvolvimento de conteúdo e expansão de marcas por meio de plataformas online. A lei nº 14.148/2021, que embasa o Perse, permite a adoção de alíquota zero no cálculo de tributos como IRPJ, CSLL, PIS e COFINS para empresas do setor de eventos afetadas pela pandemia.
Entretanto, críticos destacam que a Play9, devido à sua atuação digital, não se enquadraria no perfil de negócios diretamente impactados por restrições de público presencial, como shows e eventos culturais.
O caso ganhou ainda mais repercussão no último sábado (16), quando Felipe Neto gerou polêmica ao desafiar Elon Musk nas redes sociais. A manifestação ocorreu em defesa da primeira-dama Janja da Silva, que chamou o bilionário de um termo ofensivo durante um evento paralelo à Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro. O episódio, apelidado de "Janjapalooza", foi alvo de críticas por uso de dinheiro público para financiar apresentações artísticas alinhadas ao governo federal.
Estatais como Petrobras e Itaipu foram os principais patrocinadores do "Janjapalooza", contribuindo com R$ 18,5 milhões e R$ 15 milhões, respectivamente. Outras empresas públicas, incluindo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES e Serpro, também financiaram o evento.
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