Com o corte de R$ 5,6 bilhões das emendas parlamentares no Orçamento, a relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o Congresso Nacional está cada vez mais estremecida. Isso porque o valor é uma das peças cruciais no atendimento das bases eleitorais de deputados e senadores, principalmente neste ano de eleições municipais.
No Congresso, a ideia de derrubar o veto de Lula foi a reação imediata encontrada pelos parlamentares, em uma última alternativa de tentar convencer o Governo Federal a voltar atrás. O íder do PL no Congresso, deputado federal Altineu Côrtes, comentou que a atitude de Lula representou uma quebra de acordo firmado entre os dois poderes.
“Esse foi um orçamento aprovado praticamente por unanimidade, com todos os partidos, inclusive da base do governo, com participação de ministros e técnicos. Infelizmente esse governo não tem cumprido os acordos com o Congresso Nacional. Isso é uma péssima sinalização, de que está começando o ano muito mal”, afirmou o deputado.
Com a insatisfação dos colegas, o relator da Lei Orçamentária de 2024, deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP) se reunirá com a ministra do Planejamento na próxima semana, para discutir o assunto. Na ocasião, ele defendeu que a queda de R$ 16,6 bilhões para R$ 11 bilhões nas emendas é resultado da queda na receita e no índice de inflação.
Em entrevista nessa terça-feira (23), o presidente Lula mencionou o corte e a insatisfação do Congresso, sem deixar de alfinetar o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Na questão das emendas, é importante a gente lembrar que o ex-presidente não tinha governança deste país. Quem governava era o Congresso Nacional. Ele não tinha sequer a capacidade de discutir orçamento, porque não queria, ou porque não fazia parte da lógica dele. E nós resolvemos estabelecer uma relação democrática com o Congresso Nacional”, apontou o presidente.
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