O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e o ministro Kassio Nunes Marques, recém-empossado como membro efetivo da Corte Eleitoral, envolveram-se em um atrito nesta quinta-feira (18). Ambos participaram de uma sessão em que parlamentares foram condenados a pagar uma multa de R$ 10 mil por compartilharem um vídeo no qual a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) associa o então candidato à Presidência, Lula, à morte de Celso Daniel, ex-prefeito petista de Santo André.
Ao proferir seu voto, Kassio Nunes Marques afirmou que a acusação de Mara sobre o petista "foi um depoimento pessoal, baseado em uma experiência de vida" e destacou a existência de processos em aberto em Minas Gerais para analisar o caso. "Desculpe-me, seu Kassio", interveio Moraes. "Isso já foi encerrado em São Paulo. Além disso, não há nenhum deputado ou senador com foro privilegiado em relação ao assassinato ocorrido em Santo André. Não consta que qualquer membro do Legislativo tenha participado".
No final, Nunes Marques ficou vencido, assim como o relator Carlos Horbach e Raul Araújo. A proposta do ministro do STF era multar apenas a senadora Mara, excluindo os políticos que compartilharam a acusação.
Tudo teve início no ano passado, quando Mara concedeu uma entrevista à rádio Jovem Pan em 28 de setembro, durante o período eleitoral. Ao relembrar o assassinato, a senadora afirmou que, caso o empresário Ronan Maria Pinto não fosse pago, ela entregaria Lula como mentor do caso Celso Daniel. "Lula pagou R$ 12 milhões em chantagem para Ronan Maria Pinto ficar calado", disse ela. "O Ministério Público de São Paulo acabou encobrindo o caso naquela época."
Além disso, Mara vai além e afirma que seu pai e outros empresários eram "extorquidos pelo PT com uma arma apontada para a cabeça".
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