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“Há 4 anos não tenho vida social”, diz promotor de SP que virou alvo do PCC

O promotor Lincoln Gakiya atua há 18 anos no combate ao PCC no estado de São Paulo.

Nesta quarta-feira (22), a Polícia Federal deflagrou uma operação para prender membros da facção PCC, que estaria articulando um plano para sequestrar e matar o promotor de justiça e o senador Sérgio Moro (União-PR). O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, afirmou que há quatro anos não tem vida social e que não pode viajar com a família por causa do histórico de ameaças que vem sofrendo da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Há quatro anos, praticamente, não tenho mais vida social, não posso viajar de férias com meus familiares, só se for fora do Brasil. (Mas não posso), por exemplo, fazer uma viagem para a América do Sul e para o Caribe. O que nos preocupa hoje é a ousadia, a falta de pudor e limite dessas organizações”, afirmou o promotor em entrevista para a BandNews TV.

Foto: Reprodução / TwitterPromotor de Justiça de São Paulo
Promotor de Justiça de São Paulo

Ainda de acordo com o promotor Gakiya, que há 18 anos atua no combate ao PCC em São Paulo, a principal motivação para o plano de assassiná-lo é uma retaliação ao pedido feito por ele, em 2018, para isolar lideranças do PCC, como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, em presídios federais. Marcola foi transferido do sistema penitenciário paulista para um presídio federal em Brasília, em fevereiro de 2019. Meses depois, foi removido para uma unidade em Rondônia e depois voltou para a capital federal.

“Por conta dessa remoção, já havia e há diversos planos para me matar. Mas durante essas investigações, que já temos aqui em São Paulo, surgiram informações sobre atentados a outras autoridades. E foi por isso que a gente compartilhou essas informações com a Polícia Federal, que deu início à operação deflagrada hoje”, continuou Gakiya.

Fim das visitas íntimas

Gakiya disse também que a Polícia Federal ainda deve esclarecer as principais motivações da facção criminosa, mas acredita que Sergio Moro tenha entrado na mira do PCC após uma portaria baixada por ele, enquanto ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro, que extinguiu as visitas íntimas para presos isolados no sistema penitenciário federal.

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