A Polícia Federal divulgou o balanço da Operação Afluência, que desarticulou uma quadrilha que contrabandeava bebidas alcoólicas no Brasil. Na última quinta-feira (30), os policiais confiscaram 113 carros de luxo e 30 imóveis avaliados em cerca de R$ 20 milhões, além de mais de R$ 2 milhões em espécie com os criminosos.
A Operação Afluência concluiu que o esquema agia em Venâncio Aires, Lajeado, Estrela, Cruzeiro do Sul, Aceguá, Bagé, Jaguarão, Pelotas e Morro Redondo, no Rio Grande do Sul; São Paulo e Tarumã, em São Paulo; Belo Horizonte, em Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Nos endereços alvos da operação foram encontrados diversos depósitos de bebidas importadas ilegalmente.
Foram cumpridos 50 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva, além de 22 medidas cautelares substitutivas de prisão. Conforme a polícia, o grupo movimentou, desde janeiro de 2019, mais de R$ 62 milhões com a venda de bebidas ilegais.
A investigação apontou ainda que a base da organização criminosa era o Vale do Taquari, área central do Rio Grande do Sul. A região era o destino de garrafas de vinhos e outras bebidas destiladas, que seguiam para grandes atacadistas de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
O material ilícito chegava ao Brasil através das fronteiras com a Argentina (vinhos) e Uruguai (destilados). Donos de free shops uruguaios e lojas de vinhos argentinas mantinham fornecedores, que se encarregavam de entregar a mercadoria aos criminosos brasileiros.
A organização possuia a sua própria frota de caminhões para o transporte das bebidas. Elas eram escondidas sob outros produtos, como grãos e frutas, ou circulavam com notas fiscais falsas, de empresas ligadas à quadrilha.
Todo pagamento ocorria em espécie, por meio de doleiros, e as transações dos chamados “barões do vinho” utilizavam contas bancárias de laranjas.
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