O governo do presidente Lula (PT) autorizou a empresa Âmbar a comprar energia da Venezuela e vender para o Brasil. A companhia pertence ao grupo J&F Investimentos, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Com o contrato firmado entre a empresa dos irmãos Batista e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o Brasil pagará mais caro para fornecer energia a Roraima, o único estado do país que não está interligado ao sistema nacional de energia elétrica.
A energia será fornecida pela Hidrelétrica Simón Bolívar. Segundo uma reportagem da Folha de São Paulo, o consumidor de Roraima deve pagar de R$ 900 a R$ 1.080 pelo megawatt-hora, dependendo do montante importado da Venezuela.
Esse valor é muito superior ao pago entre 2001 e 2019, que variava entre R$ 127 e R$ 137. O contrato com a Venezuela foi suspenso durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), dois dias antes do prazo, devido a constantes cortes de energia no norte do Brasil.
Brasil pagará quase cinco vezes mais o valor da energia da Venezuela
De acordo com a reportagem, a usina da Venezuela produz preços muito inferiores aos cobrados pelo Brasil no contrato com a empresa dos irmãos Batista. Segundo o site Global Petrol Price, os moradores venezuelanos pagaram R$ 226 pelo MWh, quase cinco vezes mais do que o valor estipulado para os brasileiros.
Além disso, especialistas do setor técnico temem que ocorram problemas operacionais, tornando instável o fornecimento de energia no Brasil. Outro problema é que o contrato foi assinado no momento em que a Venezuela ameaça invadir a Guiana para anexar a região de Essequibo, com o estado de Roraima sendo fronteira dos dois países.
Pronunciamento da Âmbar
Em nota à Folha, a Âmbar apenas falou sobre os benefícios da importação de energia e não explicou a diferença de preço pago entre os consumidores da Venezuela e do Brasil. Além disso, a empresa destacou um possível benefício ambiental, por conta da fonte venezuelana ser renovável.
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