A Fundação Sociedade Aberta, liderada pelo bilionário George Soros, anunciou um aporte significativo de R$ 75 milhões para financiar negócios sustentáveis na Amazônia. Este investimento será direcionado ao Fundo para Biodiversidade da Amazônia (ABF), gerido pela consultoria Impact Earth (IE).
O ABF, com uma meta de captação de R$ 250 milhões, opera como um fundo de venture capital, buscando investir em empreendimentos sustentáveis com impacto positivo e transformador na biodiversidade e nas comunidades da Amazônia Legal, abrangendo estados como Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso.
Heloisa Griggs, presidente da unidade da Sociedade Aberta para América Latina e Caribe, destacou o foco da iniciativa nas populações vulneráveis e excluídas, frequentemente mais afetadas pela crise climática. Griggs salientou a necessidade de equilibrar a preservação da floresta com a atenção às 29 milhões de pessoas que habitam a região amazônica.
O ABF, segundo relatório mais recente da Impact Earth, já investiu em quatro novas empresas e apoiou 12 organizações comunitárias em 2022. Estas empresas produzem itens com matéria-prima local, como óleo vegetal da árvore macaúba no Pará, e alimentos, incluindo café em Apuí (AM).
Entretanto, a iniciativa também enfrenta críticas, com indígenas denunciando, durante diligência da CPI das ONGs, a exploração por parte dessas organizações na venda de produtos indígenas. Alega-se que as ONGs compram matéria-prima dos indígenas por preços reduzidos e a revendem no exterior por valores mais elevados. Essa situação destaca a complexidade e as polêmicas envolvidas nas intervenções de organizações em questões socioambientais na Amazônia.
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