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Dia Nacional da Visibilidade Trans: qual a importância?

“Me sinto um objeto político. No dever de sempre levantar e fazer jus à bandeira", disse Leona da Mata.

Neste domingo (29) comemora-se o Dia Nacional da Visibilidade Trans, visando promover direitos e combater preconceitos contra pessoas transexuais. O dia que homenageia o grupo surgiu em 2004, quando ativistas transgênero foram ao Congresso Nacional em favor da campanha “Travesti e Respeito”, visando reafirmar a diversidade de identidade de gênero no Brasil.

Para Leona da Mata, de 20 anos, o processo de descobrimento da sua identidade como mulher trans foi longo, mas com uma rede de apoio muito forte de seus familiares e amigos. Leona é uma estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e reverbera sua força através da própria existência, ocupando espaços profissionais, emocionais e sociais que antes lhes foram vetados.


Foto: Arquivo PessoalLeona da Matta, mulher trans
Leona da Mata, mulher trans

“Eu me sinto um objeto político. No dever de sempre levantar e fazer jus à bandeira, a esse mês e a esse dia. Porque é muito importante a comunidade trans fazer as pessoas lembrarem que nós existimos, que somos pessoas normais, que precisa de emprego, de afeto, de amor, segurança e oportunidade. Nós não podemos mais ser marginalizados”, exclamou Leona.

De acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), foram totalizadas a morte de 151 pessoas trans no ano de 2022. Deste número, 131 foram assassinadas e 20 cometeram suicídio. A pesquisa, apresentada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, comandado pelo jurista Silvio de Almeida, ainda apontou que 65% das mortes foram causadas por crimes de ódio, com requintes de crueldade, e que 72% dos suspeitos não tinham qualquer vínculo com a vítima. Conforme a secretária de Articulação Política da Antra, Bruna Benevides, a estimativa média de vida de pessoas trans no país em 2022 foi de 29,5 anos, um número que ainda assusta e expõe a necessidade de mudanças na política de segurança a esse grupo.

Leona se coloca temerosa diante dos dados que, infelizmente, são escancarados diariamente no nosso país, mas que há esperança não só na mudança, mas na evolução que já tivemos para a comunidade trans. “De acordo com os dados, ainda há muita luta para ser feita, mas se a gente olhar para trás, progredimos muito mais do que regredimos”, concluiu.

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