A Polícia Federal no Distrito Federal encerrou, sem indiciamentos, o inquérito que apurava negócios envolvendo o filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan Bolsonaro. A investigação que buscou esclarecer se ele usou o acesso ao Planalto para obter benefícios pessoais foi remetida ao Ministério Público Federal.
Jair Renan prestou depoimento no bojo da investigação em abril, ocasião na qual o filho mais novo de Bolsonaro negou ter interferido na agenda do governo ou recebido vantagens por isso. A apuração se debruçou sobre possíveis crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro envolvendo um grupo empresarial do setor de mineração o filho ’04’ de Bolsonaro.
A investigação foi aberta depois que o jornal O Globo divulgou que o filho do presidente teria recebido um carro elétrico de representantes da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, avaliado em R$ 90 mil. Um mês após a doação, em outubro de 2020, a empresa conseguiu agendar um encontro com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, com participação de Jair Renan.
Nesta terça-feira, 30, o jornal O Globo mostrou que a Polícia Federal afirmou, em relatório, que a Agência Brasileira de Inteligência atrapalhou uma investigação contra Jair Renan. Em depoimento, segundo a reportagem, um integrante da agência admitiu ter recebido a missão de levar informações sobre o inquérito relacionado ao filho de Bolsonaro com o objetivo de “prevenir riscos à imagem” do presidente da República.
Após a suposta interferência vir à tona, Bolsonaro negou ter influência sobre a Abin. “Investigue. Não compare meus filhos com os do Lula. Vocês passaram anos sem falar do filho do Lula. Qualquer filho tem de ser investigado, agora parem de massacrar”, disse Bolsonaro ao sair de um evento, em Brasília, com empresários dos setores de comércio e serviços. “Não sei. Não tenho influência sobre a Abin, ela faz seu trabalho”, emendou.
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