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Apoiadores de Bolsonaro fazem atos pró-voto impresso neste domingo

Há registro de manifestações com centenas de apoiadores do governo em pelo menos três capitais.

A base mais fiel do presidente Jair Bolsonaro vai às ruas neste domingo, 1º, em atos em algumas capitais do País em defesa do voto impresso nas eleições de 2022.

Até o início da tarde, há registro de manifestações com centenas de apoiadores do governo em pelo menos três capitais: Brasília, Rio de Janeiro e Salvador. Em São Paulo, o ato está marcado para começar às 14h, na Avenida Paulista. As manifestações deste domingo também são uma resposta à sequência de protestos organizados por partidos e centrais sindicais em oposição a Bolsonaro e pelo impeachment do chefe do Executivo; a última mobilização ocorreu na semana passada. Do lado favorável ao presidente, as manifestações de apoio ao presidente têm sido as motociatas, passeios com motociclistas liderados pelo presidente da República. A última aconteceu ontem em Presidente Prudente, no interior de São Paulo.


Foto: Reprodução/TwitterAto pró-Bolsonaro
Ato pró-Bolsonaro

Em discurso realizado ao final do ato de sábado, 31, como de costume, Bolsonaro voltou a defender mudanças no sistema eleitoral e disse que não aceitará “farsa” no pleito do ano que vem. Ao lado do palanque onde discursou havia um painel com a frase: “Exigimos: voto impresso auditável”.

A ideia do voto impresso é uma bandeira do bolsonarismo que está materializada na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/2019, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF). A proposta está em comissão especial da Câmara, que retomará os trabalhos na próxima semana, após o recesso parlamentar.

Veja, a seguir, como estão os atos pró-voto impresso pelo Brasil

Brasília

O ato pelo voto impresso e auditável reúne milhares de manifestantes na Praça da República em Brasília nesta manhã. Um dos presentes é o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, que participa do protesto sem máscara, item de proteção ainda obrigatório na capital federal durante a pandemia da covid-19. O presidente Bolsonaro participou virtualmente do evento, por meio de videochamada.

"Estamos aqui na manifestação pelo voto auditável, uma pauta absolutamente fundamental hoje, acho que não é a única para nós conservadores que queremos apoiar a pauta conservadora com o presidente Bolsonaro. Mas é uma pauta fundamental. Então, queremos que o voto dê confiança para a população", disse ele em vídeo reproduzido no canal da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).

Manifestantes carregam faixas e cartazes a favor do voto impresso e auditável, uma bandeira do presidente Bolsonaro. O ato conta com a presença de três trios elétricos.

Rio de Janeiro

Apoiadores do presidente Bolsonaro fazem a manifestação na Avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio, pedindo a volta do voto impresso. Os manifestantes revezam-se em discursos nos carros de som dos organizadores, repetindo argumentos do presidente Jair Bolsonaro contra a votação exclusivamente digital. Fazem ataques a alvos diversos, desde parlamentares a ministros do STF. Também há críticas à imprensa profissional e a partidos políticos, especialmente de esquerda. O protesto reúne pessoas distribuídas ao longo de seis quarteirões da orla.

Manifestantes vestidos com camisa da Seleção Brasileira, alguns com bandeiras do Brasil e muitos sem máscaras, carregam cartazes pedindo o voto impresso. Em volta de um dos carros de som, do Movimento Conservador, os manifestantes gritavam "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". O youtuber Bruno Jonssen disse que a vontade popular pelo voto impresso é superior ao ministro Barroso, presidente do TSE, que tem defendido o voto eletrônico. "Isso é democracia" discursou o youtuber.

Barroso e outros ministros do STF têm defendido o voto exclusivamente eletrônico. Argumentam que a votação digital já é auditável. Dizem que, se houver a possibilidade de uma recontagem de votos impressos, candidatos derrotados tenderam a pedir recontagem. Também há preocupação com a possibilidade de mobilização, via redes sociais, de eleitores inconformados com a derrota de seus candidatos. Poderiam pressionar os escrutinadores do voto impresso e criar um ambiente favorável a soluções extraconstitucionais – por exemplo, um golpe.

Salvador

Em Salvador, os manifestantes começaram a se concentrar no entorno do Farol da Barra por volta das 9h. No local, um grupo pediu uma oração ao soldado da Polícia Militar Wesley Soares, que morreu após ser baleado no local depois de gritar palavras de ordem e disparar para o alto durante um surto psicótico.

O caso gerou reações de perfis bolsonaristas contra o governador Rui Costa (PT); eles divulgavam na época a versão de que o PM teria sido abatido após se recusar a obedecer ordens do governador do Estado.

Do alto de um minitrio, manifestantes se revezavam para defender o voto impresso. Uma das pessoas era a secretária de saúde de Porto Seguro, a médica Raíssa Soares, conhecida defensora do "tratamento precoce" para a covid-19. Na maior parte do tempo, ela criticou o governo petista e defendeu os protocolos de tratamento contra a covid. ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e presidente do DEM, também não foi poupado de críticas nos discursos de outros manifestantes.

Por volta das 11h, o grupo começou uma caminhada até o Morro do Cristo, a cerca de um quilômetro do farol. Houve episódios de pessoas que se manifestaram contra o ato. Do alto de um prédio na Avenida Oceânica, um homem ergueu um cartaz em que se lia “Fora Bolsonaro”. A atitude foi rechaçada pelos manifestantes. Mais tarde, uma mulher gritou que estava viúva pela “gripezinha” e “Lula Livre”, e foi vaiada.

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