O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (12) que, caso a proposta de instituir o voto impresso no sistema eleitoral brasileiro não passe no Congresso, ele vai requerer junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que os votos sejam contados publicamente.
De acordo com a CNN, a declaração de Bolsonaro foi dada a jornalistas logo após um encontro que teve com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux. "[Se o Congresso não aprovar] nós vamos querer, daí, e eu respeito o Parlamento brasileiro, vamos querer a contagem pública dos votos, isso já é lei", afirmou Bolsonaro.
Nesta segunda-feira, o presidente da República defendeu mais uma vez o voto impresso como maneira de garantir um processo eleitoral à prova de fraudes, segundo ele. Sobre a falta de entendimento com o TSE, ele ressaltou que seu “problema” é com o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, que refuta a proposta de Bolsonaro. "[Eu estou] com um problema com um ministro aqui, que é normal, né, pode acontecer". Para o presidente, Barroso "está tendo um ativismo legislativo que não é concebível".
Bolsonaro afirmou aos jornalistas que conhece uma pessoa que poderia comprovar fraudes na contagem dos votos da eleição presidencial de 2014, quando foi eleita Dilma Rousseff (PT). No entanto, de acordo com o presidente, essa pessoa estaria doente e impossibilitada de comparecer agora a um encontro e apresentar tal comprovação.
"Hoje eu conversei com a pessoa que vinha fazer a demonstração de fraude de 2014, mas ela está com Covid, está bastante debilitada. Se essa pessoa melhorar, ela virá, e eu convidarei vocês da imprensa e também as mídias sociais minhas vão transmitir a apresentação dele. É algo realmente difícil de não acreditar na possibilidade de fraude", declarou.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que instituiria o voto impresso já nas eleições de 2022 tramita com dificuldade na Câmara, por resistência de lideranças partidárias que fecharam questão contra a proposta. Entre os contrários, estão líderes de partidos aliados ao governo, como Republicanos e Progressistas.
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