O filósofo e historiador baiano Antonio Paim morreu nesta sexta-feira, 30, aos 94 anos. A informação foi confirmada em nota oficial divulgada pela Academia Brasileira de Filosofia, da qual Paim foi fundador e presidente de honra.
Vencedor do Prêmio Jabuti em 1985 com o clássico A História das Ideias Filosóficas no Brasil, Paim é considerado um dos grandes expoentes do pensamento liberal brasileiro. No governo de Jair Bolsonaro, passou a ser citado por figuras como o ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodriguez, que, em seu discurso de posse, vinculou a “inspiração liberal-conservadora” na educação a Paim e a Olavo de Carvalho.
Em entrevista ao jornal O Globo, em 2019, o filósofo falou sobre sua relação com Vélez Rodriguez, de quem foi professor na década de 1970, e também sobre a ojeriza às ideias socialistas e à chamada “doutrinação marxista”. “O Brasil é o único país do mundo, além da França, onde o comunismo parece que não acabou”, afirmou à época.
Nascido em Jacobina, no interior da Bahia, em 1927, Antonio Paim estudou filosofia na Universidade Lomonosov, na União Soviética, e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde depois se tornou professor. Ele ainda lecionou em faculdades como a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e a Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Em nota, o Instituto Liberal disse que o filósofo deixa um “imenso legado” a todos que trabalham para “estruturar a alternativa liberal em bases sólidas”. “O Instituto Liberal se solidariza com os entes queridos e os grandes discípulos formados pelo professor e considera seu dever tomar parte na preservação de sua memória e do significado de seu trabalho.”
O Livres, movimento liberal suprapartidário, publicou em suas redes sociais que Paim é “referência obrigatória para a história das ideias no Brasil e, em especial, do liberalismo brasileiro”.
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