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ONS acaba com ação para reduzir o consumo de energia

Operador Nacional do Sistema encerra programa voltado a diminuir o risco de apagão.

Lançado no final de agosto com objetivo de reduzir o consumo de energia no País, diante da pior crise hídrica dos últimos 91 anos, o programa de Redução Voluntária da Demanda (RVD) de energia elétrica chega ao fim antes do prazo fixado pelo governo, e com um saldo ainda desconhecido das contribuições recebidas.

De acordo com o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Ciocchi, responsável pela aplicação do programa, o RVD foi importante para ajudar a atravessar a crise e deve ser retomado no ano que vem, antes da próxima estação seca. “No momento não é mais necessário. Foi importante, mas devemos retomar na próxima estação seca, e começar antes (do que neste ano). É um instrumento importante, e precisamos evoluir na sua utilização”, disse Ciocchi ao Estadão/Broadcast na segunda-feira, 8.


Chuvas

Com mais chuvas do que o previsto inicialmente, o risco de racionamento e apagões foi afastado em 2021, mas ainda é dúvida em 2022. A notícia pegou o setor elétrico de surpresa. Pelo cronograma original do RVD, a última chamada para adesão ao programa seria no próximo dia 19.

No entanto, de acordo com o diretor de Energia da Liasa, Ary Pinto, uma das maiores produtoras de silício metálico do País, nos últimos 15 dias, o ONS já não aceitava ofertas das indústrias. Ele considera o fim do programa negativo e inexplicável, já que por ser voluntário e reduzir operações mais caras e poluentes de termoelétricas a combustível fóssil, não tem sentido acabar “liminarmente” como ocorreu. “É muito ruim (o fim do programa). Não consigo entender. O ONS quer que o brasileiro pague energia mais cara?”, disse, destacando que no mundo inteiro esse sistema funciona sem interrupção, visando conseguir os melhores preços para a energia no mercado.

Programa

O mecanismo do programa prevê ofertas de redução de demanda de energia elétrica por consumidores do Ambiente de Contratação Livre (ACL) ou agentes de demanda desses consumidores (geradores, comercializadores e consumidores). A única prestação de contas feita pelo ONS foi relativa à adesão em setembro, de 237 megawatts (MW), o suficiente para abastecer uma cidade de 1 milhão de pessoas, menos de 1% da população brasileira.

Para o ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, é compreensível que o programa tenha sido feito a toque de caixa, pela emergência do problema de escassez das chuvas, mas que para o próximo ano o governo deveria pensar em um modelo mais estruturado e permanente, como ocorre nos países desenvolvidos. “Devem ser feitos estudos para tornar o programa mais perene.”

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