O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), afirmou que coordenadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) pediram demissão, nesta segunda-feira, 8, para se antecipar às mudanças previstas. Para o deputado, a saída coletiva tem cunho ideológico.
"Faz parte do contexto político. Está cheio de gente aí que quer aparecer e criar fato político, como o cara (o engenheiro e advogado Oswaldo dos Santos Lucon) que pediu demissão lá na COP-26. Agora esses aí pedem demissão coletiva", disse Barros ao Estadão. "Eles percebem que não vão se encaixar no novo projeto e acabam criando um fato, para parecer que eles é que estão saindo. Mas eles iam ser saídos mesmo. Está tudo certo, não tem nada demais."
Mais de 30 servidores do Inep, órgão do Ministério da Educação responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pediram demissão coletiva nesta segunda-feira. A prova está marcada para os próximos dias 21 e 28, com 3 milhões de estudantes.
Barros conversou com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e disse que ele está "tranquilo". "Não tem problema nenhum e está garantido o Enem. Vai acontecer", afirmou o líder do governo, ao observar que os coordenadores serão substituídos por outros “igualmente competentes”.
O presidente do Inep, Danilo Dunas, deve falar à Comissão de Educação, na Câmara, nesta quarta-feira, 10, pela manhã. Ao Estadão, a presidente da comissão, professora Dorinha (DEM-TO), afirmou que a assessoria de Dunas confirmou participação na audiência.
"O objetivo principal é a preocupação com o Enem, com todo esse conjunto de demissões que aconteceram no Inep", disse ela. "Não foi uma situação. Foram muitas demissões e a gente quer saber o que está ocorrendo e a garantia da tranquilidade do exame."
A Comissão de Educação já havia aprovado um convite para Dunas falar aos deputados antes de os coordenadores deixarem seus cargos no Inep. Após as demissões, os parlamentares acertaram a ida do presidente para quarta-feira.
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