Um dia após se reunir com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, para discutir medidas do governo para coibir o desmatamento na Amazônia, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o meio ambiente e o agronegócio precisam caminhar juntos no Brasil. "O agronegócio bom é o que preserva", disse ela, durante participação nesta quinta-feira, 17, no Estadão Live Talks, evento realizado pelo Estadão em parceria com a Tendências Consultoria Integrada.
A live é a segunda de uma série de debates dedicados a compreender e identificar as alternativas para o Brasil reaquecer a sua economia, após os estragos provocados pela pandemia do novo coronavírus. Tereza Cristina respondeu perguntas da diretora-presidente da Tendências, Elizabeth Farina, e da jornalista e colunista do Estadão Eliane Cantanhêde.
Amazônia
Questionada sobre a cobrança de empresas, organizações e investidores para que o governo intensifique sua atuação em torno da pauta ambiental, a ministra afirmou que, do ponto de vista da iniciativa privada, "O produtor sabe que conservação é fundamental para o seu negócio". Já do ponto de vista do governo, reiterou que o País já dispõe de uma legislação ambiental eficiente.
"O País tem bons exemplos, como o Código Florestal, que trouxe bom senso e equilíbrio", afirmou. "Temos de ter a obrigação de cumprir a lei, isso é fundamental para o agronegócio." Com relação aos "malfeitos" na área, referindo-se aos casos de desmatamento, ela afirmou que é preciso corrigir isso.
Como revelou reportagem do Estadão, na última terça-feira, 15, 230 organizações e empresas ligadas às áreas do meio ambiente e do agronegócio enviaram ao governo federal um conjunto de propostas para deter o desmatamento na Amazônia. O documento foi encaminhado ao presidente Jair Bolsonaro e ao vice-presidente Hamilton Mourão, além dos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente, Economia e Ciência e Tecnologia. As propostas chegaram ainda às mãos de líderes e parlamentares da Câmara e do Senado, ao parlamento europeu e embaixadas de países europeus.
Sobre o esforço conjunto de empresas e setores organizados, Tereza Cristina afirmou "ficar feliz" de ver essa convergência entre agronegócio e ambientalistas. "Mas essa convergência tem de ser real", destacou.
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