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Zambelli: Bolsonaro não confiava em Valeixo porque Moro era desarmamentista

Segundo a deputada federal, o ex-ministro e o presidente haviam tido 'algo recente' sobre o tema de armas, cujo registro e porte é responsabilidade da Polícia Federal.

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou à Polícia Federal em depoimento nesta quarta, 13, acreditar que o presidente Jair Bolsonaro ‘não confiaria’ no ex-diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, porque o ex-ministro Sérgio Moro era um ‘desarmamentista’.

A declaração foi dita quando a parlamentar teve de explicar o contexto de uma mensagem que enviou para Moro na tarde do dia 17 de abril – seis dias antes da saída de Moro do governo. Segundo Zambelli, o ex-ministro e o presidente ‘haviam tido algo recente’, sem detalhar o impasse, em relação ao tópico de armas.


“Por esta mesma razão, o presidente não confiaria no delegado Valeixo, então diretor-geral da Polícia Federal, órgão responsável pela emissão de registros e porte de armas”, afirmou.

A deputada garantiu que Bolsonaro não chegou a externar diretamente qualquer desconfiança com Valeixo, e que sua mensagem era sobre o ‘contexto’ do impasse entre Moro e Bolsonaro sobre o tema das armas. A íntegra da conversa não foi revelada no inquérito.

A troca de mensagens entre Zambelli e Moro entraram na mira da PF após o ex-ministro revelar que, ao saber de sua saída do governo, a deputada pediu que aceitasse Alexandre Ramagem na chefia da Polícia Federal em troca de influência com o presidente para indicação à vaga no Supremo Tribunal Federal.

Ao ser questionada sobre esta mensagem, a deputada disse que, ‘como ativista’, já atuou junto ao ex-presidente Michel Temer (MDB) para indicar o jurista Ives Gandra Martins Filho para a vaga na Corte aberta após a morte do ministro Teori Zavascki, em 2017.

“Por isso, achava que poderia ‘trabalhar junto ao presidente Jair Bolsonaro’ no sentido de o ex-ministro Sergio Moro vir a ocupar a futura vaga”. A próxima indicação para o Supremo deverá ocorrer em novembro, quando o decano, ministro Celso de Mello, se aposentar compulsionalmente ao completar 75 anos.

Zambelli negou que tenha conversado com Bolsonaro ou interlocutores sobre a proposta feita a Moro.

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