O médium João de Deus foi denunciado nesta terça-feira, 15, por novos crimes de estupro de vulnerável e abuso sexual mediante fraude contra cinco mulheres em atendimentos espirituais em Abadiânia (GO). Além das mulheres citadas na denúncia, o Ministério Público (MP) goiano diz ter ainda relatos de outras vítimas que ajudarão no processo como testemunhas - entre elas três adolescentes e uma criança de 8 anos. O líder espiritual, que está preso, nega os crimes.
“Este é, até o momento, o relato de vítima mais nova de João Teixeira de Faria”, diz o promotor Augusto Cezar Sousa. Parte dos crimes relatados pelo MP também não foram alvo de denúncia por já terem prescrito - o tempo máximo para denunciar é de 20 anos, com redução de prazo se o acusado tem mais de 70 anos.
- Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão ConteúdoMédium João de Deus após se entregar à polícia
As vítimas são de diferentes origens, como Distrito Federal, Santa Catarina, Rio, Minas, Maranhão e Rio Grande do Sul. De acordo com a promotoria, os casos foram incluídos para embasar a denúncia.
As cinco vítimas da denúncia têm entre 19 e 47 anos na época dos abusos. Esses casos ocorreram entre 2009 a julho de 2018. Segundo o MP, o médium dava presentes e também fazia ameaças às mulheres após os abusos.
Defesa
Advogado do líder espiritual, Alberto Toron disse, em nota, que “chega a ser medonho” o MP faz no caso. Segundo ele, a defesa tem poucas informações e interrogatórios são marcados em cima da hora, sem tempo para que os advogados leiam todos os documentos.
Essa já é a terceira denúncia contra o religioso. A primeira, em 28 de dezembro, foi por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. Ele também foi denunciado por posse ilegal de arma.
NOTÍCIAS RELACIONADAS
Polícia Civil indicia João de Deus por posse ilegal de armas
'É um quadro de horror', diz promotora que denunciou João de Deus
Ver todos os comentários | 0 |