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MP de São Paulo investiga interação de criança com 'artista' nu

O MP solicitou informações ao MAM e demandou um parecer à seção do Ministério da Justiça responsável pelas classificações indicativas.

O Ministério Público de São Paulo abriu investigação para apurar se houve crime ou violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por parte do MAM (Museu de Arte Moderna), do 'artista' Wagner Schwartz ou da mãe da menina de cinco anos gravada interagindo com Schwartz durante uma apresentação em que o mesmo se encontrava nu.

O MP solicitou informações ao MAM e demandou um parecer à seção do Ministério da Justiça responsável pelas classificações indicativas.

O órgão ministerial pediu ainda documentos à Secretaria Estadual de Cultura. Por fim, ordenou que os sites YouTube e Facebook retirem do ar vídeos da performance –inclusive links de notícias que reproduzam cenas da apresentação.

  • Foto: ReproduçãoCriança interage com o artista Wagner Schwartz, que está nuCriança interage com o artista Wagner Schwartz, que está nu

Imagens publicadas no YouTube e em redes sociais mostram quando uma menina é estimulada pela mãe a interagir com Wagner Schwartz. Agachada, ela se movimenta ao lado dele e toca sua perna e sua mão durante a apresentação da performance "La Bête".

O homem fez a apresentação na exposição "Brasil em Multiplicação".

Para Antônio Carlos Malheiros, desembargador do Tribunal de Justiça de SP, houve potencial desrespeito ao ECA, mas falar em pedofilia parece exagerado.

"Não percebo intenção de levar a criança a ter atitudes sexuais com um adulto", diz Malheiros. "Mas", ressalvou, "a presença de menores é contraproducente; a gente nunca sabe como aquilo vai afetar a cabeça da criança", concluiu.

O MAM afirmou que havia sinalização alertando sobre nudez e diz que "o trabalho não tem conteúdo erótico". O museu ressaltou ainda que a criança estava com a mãe e lamentou "manifestações de ódio e de intimidação".

Na internet, porém, a obra –e, em particular, sua apresentação a crianças– foi vista como incitação à pedofilia.

A hashtag #pedofilianaoearte foi uma das mais populares ao longo do dia, embutida em posts como "um pedreiro olhar para mulheres é assédio, induzir meninas a tocar um estranho nu não".

O curador do museu, Felipe Chaimovich, informou a Folha de São Paulo que a exposição não será fechada e que a performance "não tinha nenhum caráter erótico".

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