A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que defende a manutenção da prisão do empresário Wesley Batista, um dos donos da JBS. O documento foi enviado nesta sexta-feira (06).
Os irmãos Wesley e Joesley Batista foram presos em setembro por "insider trading", que é o uso de informações privilegiadas para obter ganhos no mercado financeiro.
Segundo Dodge, Wesley usou o acordo de delação premiada como oportunidade de “lucro fácil” e agiu com “patente deslealdade” com o Ministério Público Federal, por isso, o pedido de liberdade deve ser negado.
- Foto: Werther Santana/Estadão ConteúdoWesley Batista
“Ou seja, ao invés de representar espaço de conscientização e arrependimento a respeito dos crimes já praticados, o acordo de colaboração representou, aos olhos do reclamante, oportunidade de lucro fácil, mediante o cometimento de novos crimes”, diz o parecer da procuradora-geral.
A manifestação é referente a uma ação em que o empresário tenta uma liminar do Supremo para reverter a sua prisão preventiva, decretada pela Justiça de São Paulo.
A defesa de Wesley abriu uma reclamação no STF argumentando que a Justiça Federal em São Paulo não poderia ter decretado a prisão porque os fatos em apuração têm conexão com a delação homologada pelo ministro Edson Fachin.
Segundo Raquel Dodge, a prisão não deve ser revogada porque os crimes cometidos ocorreram depois da assinatura do acordo e, nesse ponto, Wesley não está protegido pela imunidade da delação.
O caso será analisado pelo ministro Edson Fachin, relator dos processos da Lava Jato no STF.
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