Após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes , de desbloquear as redes sociais do influenciador digital Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark , na sexta-feira (7), outras contas que estavam bloqueadas há anos também começaram a ser reativadas. Uma conta no X (anteriormente Twitter) do empresário Luciano Hang, bloqueada desde 2020, voltou ao ar neste sábado (8). O mesmo aconteceu com os perfis do jornalista Guilherme Fiuza e de Bernardo Küster, que haviam sido bloqueados após serem incluídos no Inquérito das Fake News, conduzido por Moraes.
Nas redes sociais, essa sequência de desbloqueios chamou a atenção dos internautas, que sugeriram que poderia ser uma estratégia para suavizar a imagem dos casos de censura praticados pelo Judiciário brasileiro. “Moraes acha que somos TOLOS, BURROS e TAPADOS. As redes 'liberadas' por ele, às vésperas da visita da CIDH, não foi por acaso ou bondade: TRATA-SE DE ESTRATÉGIA para 'limpar a barra' e legitimar a censura, com certificação padrão CIDH. Só um tolinho para cair nessa...”, escreveu Paulo Faria, advogado do ex-deputado Daniel Silveira. Silveira foi preso novamente por ordem de Moraes em dezembro de 2024.
A relatoria da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) deve passar por Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Nessas cidades, a delegação buscará ouvir autoridades dos Três Poderes (incluindo ministros do STF), membros do Ministério Público, organizações de direitos humanos, jornalistas, representantes de plataformas digitais, veículos de imprensa e universidades. O objetivo, segundo a organização, é entender as "diversas perspectivas e experiências em relação à situação do direito à liberdade de expressão, incluindo no espaço digital".
No ano passado, a CIDH cancelou de última hora uma reunião com parlamentares brasileiros que viajaram aos EUA para denunciar casos de censura no país. A justificativa para a suspensão foi um convite do governo Lula para que o relator especial para a liberdade de expressão da CIDH visitasse o Brasil. Os parlamentares queriam apresentar pessoalmente à comissão denúncias de abusos em processos em andamento no STF, envolvendo suspensões de contas nas redes sociais, o que afetou parlamentares, influenciadores, jornalistas e até cidadãos comuns.