Os gastos da União com viagens aumentaram significativamente nos últimos dois anos, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva . Em 2024, as despesas com passagens e diárias somaram R$ 3,58 bilhões, o que representa um aumento real de 2,9% em comparação com 2023, quando o governo gastou R$ 3,48 bilhões, já ajustados pela inflação.
Esse montante é o maior desde 2014, no governo de Dilma Rousseff (PT), quando os custos chegaram a R$ 4,34 bilhões. A série histórica desses gastos começou em 2011, com dados fornecidos pelo Tesouro Nacional, que estão incluídos no relatório de resultado primário de dezembro de 2024.
Na segunda-feira (3), a primeira-dama Janja da Silva anunciou em seu Instagram que viajará a Roma, acompanhada do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias , para a instalação do conselho internacional da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, evento promovido pelo Fida (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola) da ONU. De acordo com dados do portal Poder360, entre 2023 e 2024, as despesas com viagens oficiais da primeira-dama e sua equipe somaram R$ 791,5 mil.
Comparando os anos de 2023 e 2024 com o governo de Jair Bolsonaro (PL), os gastos com viagens oficiais quase dobraram, passando de R$ 3,91 bilhões para os números atuais. Durante a pandemia de Covid-19, as restrições e a redução no número de deslocamentos fizeram os gastos caírem para R$ 1,21 bilhão em 2020 e R$ 1,37 bilhão em 2021. Em 2022, houve um expressivo aumento de 96,2% em relação ao ano anterior.
Em 2024, os custos com viagens no governo Lula aumentaram 33% em comparação com 2022. Uma das razões desse crescimento foi a ampliação do número de ministérios, de 23 para 38, no início do terceiro mandato presidencial, em 2023. Isso resultou em mais viagens e, consequentemente, em despesas adicionais com hospedagem para ministros e auxiliares.
Ainda em 2024, o governo federal destinou R$ 2,15 bilhões para o pagamento de diárias, um aumento de 9% em relação a 2023. Por outro lado, os gastos com passagens apresentaram uma redução de 5% no mesmo período. O aumento das despesas com diárias ocorre em um momento em que o governo tenta passar uma mensagem de compromisso com o controle dos gastos públicos.