O Governo do Tocantins atravessa uma crise política não oficialmente declarada, impulsionada por investigações da Polícia Civil que atingiram o alto escalão governamental. As informações são da Gazeta do Povo.
No fim de dezembro, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) dissolveu todo o seu gabinete, reconduziu parte dos secretários aos respectivos cargos e ainda pode promover mudanças no comando da Secretaria de Segurança.
As investigações da Polícia Civil revelaram ao menos dois problemas principais: uma possível corrupção envolvendo os nomes de Barbosa e de seu antecessor, Mauro Carlesse (Partido Agir), relacionada à compra irregular de cestas básicas durante a pandemia de covid-19; e abusos de autoridade, além de assassinatos extrajudiciais envolvendo policiais militares do estado. A Polícia Civil cumpriu mandados em um quartel da PM, investigando suspeitas de homicídios praticados por policiais e a suposta fabricação de um confronto, no qual um homem foi morto. Esse caso gerou uma crise interna entre as forças de segurança.
As investigações sobre as cestas básicas foram transferidas para a Polícia Federal, resultando no afastamento de Carlesse, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ex-governador nega as acusações e afirma que provará sua inocência. O atual governador, Wanderlei Barbosa, também continua respondendo a processos relacionados ao caso, mas mantém que não teve envolvimento, uma vez que não supervisionava diretamente as despesas do estado naquele período.
Por outro lado, as investigações sobre os abusos cometidos por policiais militares têm gerado uma repercussão negativa para a imagem do governo de Barbosa. O impacto dessas investigações sobre a administração tem alimentado especulações sobre a estabilidade política e institucional no estado.
À Gazeta do Povo, o Governo do Estado afirmou que as exonerações no primeiro escalão, realizadas no fim de 2024, visavam promover uma readequação da gestão pública e aprimorar os serviços prestados à população.
Embora ainda não tenha anunciado um novo secretário de Segurança, fontes ligadas à pasta expressaram preocupações de que o governador tente desestruturar a Polícia Civil, possivelmente com o intuito de dificultar o andamento das investigações, que podem ter sérias consequências políticas para a atual gestão.