Os Correios não pagaram o aluguel de dezembro de 2024 referente a um galpão logístico em Contagem (MG), pertencente ao Fundo de Investimento Imobiliário Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11). O valor pendente é de R$ 2,7 milhões, o que representa 46,5% da receita do fundo. Em 2025, a estatal deverá pagar R$ 32,4 milhões ao fundo.
A dívida gerou um impacto significativo nas ações do TRBL11, que caíram 0,94% no dia 14 de janeiro, e mais de 30% desde outubro, quando os Correios começaram a considerar a devolução do imóvel.
O galpão, entregue em 2020, tem um contrato de locação de 10 anos, e a multa por rescisão pode chegar a R$ 300 milhões. A estrutura é utilizada pelos Correios como Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas, um dos maiores do gênero em Minas Gerais. O fundo de investimento, que investiu R$ 350 milhões para adaptar o espaço às necessidades da estatal, afirmou que acionará a Justiça para resolver a pendência.
O fato relevante registrado pela Tellus Rio Bravo Renda Logística na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira, 14, revela que a empresa está preocupada com a situação financeira dos Correios. A estatal, que enfrenta um prejuízo recorde e está em risco de insolvência, iniciou um processo de "rescisão unilateral" da locação, segundo sua administração. No entanto, o fundo desmentiu essa alegação, reafirmando que o contrato está em vigor.
Fontes ligadas ao fundo indicaram que o calote nos aluguéis pode ser um reflexo da atual crise financeira dos Correios, que estariam adotando uma estratégia de rescisão de contratos para gerar recursos e renovar acordos de locação em risco de vencimento. A estatal, com dificuldades financeiras, implementou um teto de gastos que limita a renovação de contratos sem uma nova fonte de recursos.