Desde o início da catástrofe no Rio Grande do Sul , no dia 29 de abril, até esta segunda-feira (06), uma força-tarefa composta por equipes do poder público e voluntários de Organizações Não Governamentais (ONGs) já resgatou 5.432 animais isolados pelas chuvas intensas no estado, de acordo com os registros das autoridades locais. O número de resgates pode ultrapassar 6 mil, mas esse balanço não inclui os salvamentos realizados individualmente por cada município, onde outros grupos de voluntários estão trabalhando incansavelmente.
A ONG Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD) já conseguiu salvar 214 animais na região metropolitana da capital, Porto Alegre. Kayanne Braga, fundadora da ONG Campo Bom para Cachorro, estima ter resgatado cerca de 200 animais das ruas inundadas, alguns dos quais estavam amarrados nos fundos das casas, como ela relatou à CNN. “Muitos desses animais passam por uma triagem no ginásio municipal, onde montamos um acampamento de última hora”, disse Braga. “É tudo muito novo”.
Bruna Molz, protetora de animais que começou os trabalhos de resgate em Santa Cruz do Sul, na região central do estado, na última terça-feira, 30, descreveu a angústia dos moradores em relação aos animais de estimação que foram deixados para trás. “As famílias resgatadas já desciam do bote dos bombeiros chorando e pedindo ajuda: ‘Por favor, volte e pegue meu cachorro, pegue meu gato, eu não consegui trazer’”, contou. “Algumas casas tinham cinco, seis animais.”
Os animais de Santa Cruz estão sendo levados para o pavilhão da Oktoberfest. Leia também: “Devido à enchente, moradores de Porto Alegre enfrentam infestação de baratas e ratos”. O relato da veterinária Aracelli Hammann, médica-veterinária e bióloga de Santa Catarina que está ajudando nos resgates no município de Canoas, é emocionante. Apesar de sua experiência, ela diz que nunca viu nada parecido. “É impossível não se emocionar quando as pessoas vêm até nós implorando para salvar seus animais de estimação, que vão desde cães e gatos até galinhas e coelhos”, disse a veterinária ao NSC Total. “Elas nos suplicam pelo resgate. Nos agarram e arrastam, pedindo que façamos o resgate de maneira urgente. É desesperador".