A empresa responsável pelas obras de manutenção no presídio de Mossoró (RN), que registrou as duas primeiras fugas da história em uma unidade do sistema federal, também mantém contrato com a Penitenciária de Brasília, onde está detido o chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola .

Trata-se da empresa R7 Facilities, alvo de investigação por suspeita de envolvimento em um esquema de “laranjas”, que tem contrato assinado com a União no valor de mais de R$ 2 milhões, com vigência até março deste ano. A contratação visa atender “as necessidades da penitenciária” na prestação de serviços continuados de apoio técnico e administrativo.

Segundo o Metrópoles , a referida empresa tem vencido licitações públicas desde 2016, e já recebeu quase R$ 373 milhões em repasses do Governo Federal. Apesar dos valores milionários recebidos, o sócio-administrador da R7 Facilities, Gildenilson Braz Torres, recebeu R$ 4,5 em auxílio emergencial.

O contrato para prestar serviços de manutenção na Penitenciária de Mossoró foi firmado em abril de 2022, enquanto Anderson Torres comandava o Ministério da Justiça e Segurança Pública, no governo de Jair Bolsonaro (PL). Em 2023, o contrato foi renovado por Flávio Dino, sucessor de Torres após Lula assumir o Planalto.

O que diz o governo

Por meio de nota enviada ao Metrópoles , o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a R7 Facilities foi contratada por cumprir todos os requisitos técnicos e vinha executando os serviços conforme estabelecido na contratação.

Quanto a suspeita de envolvimento em esquema de “laranjas”, a pasta afirmou que acionará os órgãos competentes para que seja realizada uma apuração rigorosa sobre a lisura da empresa.