Na manhã desta terça-feira (17), o delegado Fábio Baena Martin , que atuava na 3ª Delegacia de Repressão a Homicídios Múltiplos do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo, foi preso sob suspeita de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. Na mesma ação também foram presos os investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Marcelo Ruggieri, Marcelo Bombom e mais três pessoas.
O delegado e Eduardo Lopes Monteiro foram citados por Antonio Vinícius Gritzbach , executado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em 8 de novembro, em sua delação como beneficiários de pelo menos R$ 11 milhões em propina da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
A operação que resultou nas prisões foi deflagrada pela Polícia Federal em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ( Gaeco ) do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Ao todo, foram expedidos oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão no estado de São Paulo.
O nome de Baena foi citado em uma delação feita por Gritzbach à Corregedoria da Polícia Civil oito dias antes de ser executado a tiros no Aeroporto de Guarulhos. No mesmo depoimento, o delator se comprometeu a fornecer informações sobre delegados e policiais vinculados ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), ao 24º DP (Ponte Rasa) e ao 30º DP (Tatuapé), ambos na zona leste da capital paulista.
Gritzbach também entregou à Corregedoria pendrives contendo a relação de empresas que teriam sido usadas pelos policiais para lavar dinheiro proveniente das propinas. Um dos alvos é o policial civil Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, que está foragido. Ele faz parte do grupo que faz segurança do cantor sertanejo Gusttavo Lima.
Operação Tacitus
Na manhã desta terça-feira (17/12), a Polícia Federal e o Gaeco cumprem oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão no âmbito da Operação Tacitus. O objetivo é desarticular organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública (corrupção ativa e passiva).
Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de São Paulo, Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba. Segundo o MPSP, provas obtidas em diversas investigações revelaram como os investigados se estruturaram para exigir propina e lavar dinheiro para suprir os interesses do PCC.
Os investigados vão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais, cujas penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão.