O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou nesta semana um novo pedido de liberdade feito pela defesa do empresário Igor Ferreira Sauceda, acusado de perseguir, atropelar e matar o motoboy Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, com um Porsche amarelo em São Paulo. A decisão, tomada na quarta-feira (30), mantém o réu em prisão preventiva em um presídio de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, onde está desde o ocorrido em 29 de julho. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), por sua vez, cobrou do Instituto de Criminalística (IC) a entrega do laudo pericial sobre o atropelamento.
Segundo o Ministério Público (MP), Igor agiu com intenção de matar ao perseguir e colidir propositalmente contra a moto de Pedro, após um desentendimento envolvendo o retrovisor do Porsche. O MP acusa o empresário de homicídio doloso triplamente qualificado, por motivo fútil, uso de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. A Justiça já tornou o réu no processo, mas ainda não definiu a data para a audiência de instrução que decidirá se o levará a júri popular. A defesa insiste na inclusão do laudo pericial, enquanto o MP argumenta que o documento não é indispensável para a audiência.
Imagens de câmeras de segurança capturaram o momento do impacto, mostrando o Porsche colidindo na traseira da moto de Pedro, que não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital devido a politraumatismo e hemorragia cerebral, conforme aponta o laudo do Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Técnico-Científica foi acionada para realizar uma reconstituição do atropelamento com o uso de scanner 3D e drones, além de analisar as gravações para estimar a velocidade dos veículos no momento do choque. A velocidade máxima permitida na Avenida Interlagos, local do acidente, é de 50 km/h.
Outras evidências reforçam o caso contra Igor. Uma semana antes, ele já havia usado o mesmo Porsche para perseguir uma família com a qual mantém uma sociedade em um bar no Itaim Bibi, também na Zona Sul de São Paulo. Testemunhas do atropelamento, incluindo um motorista de caminhão e outro motoboy, foram ouvidas pela Polícia Civil, que solicitou à Porsche dados da “caixa-preta” do carro para determinar a velocidade no momento da colisão.
Em sua defesa, Igor afirma que o atropelamento foi um acidente e nega ter agido intencionalmente, alegando que seguiu o motociclista sem a intenção de causar sua morte. A defesa também destaca que o empresário é réu primário, tem residência fixa e trabalha. O Ministério Público, por outro lado, pediu à Justiça a fixação de um valor mínimo de indenização para a família de Pedro, argumentando que ele era casado e sua esposa estava grávida na época do crime.