O ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento de sete policiais federais que trabalharam na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o ex-diretor-geral da agência e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A decisão foi tomada nesta quinta-feira, 25, no âmbito de uma operação que investiga um suposto esquema de espionagem na Abin durante o Governo Bolsonaro.
A Polícia Federal (PF) cumpriu 21 mandados de busca e apreensão autorizados por Moraes em quatro estados: 18 em Brasília (DF), 1 em Juiz de Fora (MG), 1 em São João del Rei (MG) e 1 no Rio de Janeiro. Entre os alvos da operação estão o gabinete e o imóvel funcional de Ramagem, que vai prestar depoimento à PF.
Segundo a investigação, Ramagem teria participado de um “esquema clandestino” de espionagem na Abin, que visava obter informações sigilosas de interesse do Governo Bolsonaro. O caso envolve também o empresário Carlos Wizard, que teria financiado a contratação de policiais federais para atuar na Abin.
A operação da PF foi criticada pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que chamou a ação de “perseguição” contra Ramagem. Neto cobrou ainda uma reação do Parlamento e disse que a invasão dos gabinetes é uma falta de autoridade do Congresso Nacional. Ele pediu que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tomasse providências.