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*Arthur Teixeira Junior

Imagem: GP1Arthur Teixeira Júnior(Imagem:GP1)Arthur Teixeira Júnior
Finalmente nossa empresa iria entrar para a era da informática. Um programa ousado de informatização, tornaria possível a um cliente de qualquer parte do Brasil solicitar um produto, ou serviço, ter sua solicitação atendida, efetuar o pagamento e receber todas as informações necessárias através da internet. Um luxo.

O lançamento da ideia foi precedida pela nomeação de uma comissão que iria escolher o nome do ousado programa. Como sempre, aquela sobrinha do presidente foi nomeada coordenadora da comissão. Aliás, a única função visível desta funcionária é ser coordenadora de toda e qualquer comissão criada, sobre qualquer que seja o assunto.

A primeira resolução da comissão foi que não importaria o quê o nome significasse, não devendo necessariamente significar alguma coisa. Mas o importante seria que as sílabas, ou letras iniciais, do nome formassem uma palavra pomposa, que, esta sim, refletiria o espírito da empreitada.

Bráulio sugeriu: Programa Pioneiro Nacional. Foi sumariamente demitido por insinuar qualquer desvio de conduta dos autores da iniciativa. Depois de acalorados debates, e muitas despesas e diárias sem qualquer comprovação fiscal idônea, foi escolhido o nome: Programa de Implantação de Informática – PEI. Aderbal alertou que a sigla não correspondia às iniciais do nome (a não ser que alguém tenha imaginado em “Emplantação” ). A coordenadora, defensora incondicional da sugestão (que por sinal foi criada pelo seu mais abnegado bajulador) prontamente solicitou, e foi atendida, a transferência do Aderbal para o subsolo do prédio, onde ficaria os próximos dois anos sem nada para fazer. Aproveitou para alertar, a todos os funcionários, que o mesmo destino teriam aqueles que inserissem na recém criada sigla qualquer sufixo que a tornassem uma palavra pejorativa.

A partir daquela data, tudo seria feito pelo complicadíssimo PEI. Solicitações (por mais banais que fossem), até então feitas por um simples telefonema ou no máximo um e-mail, doravante somente seriam aceitas pelo PEI. Um grupo foi criado (adivinhem sob a coordenação de quem) para divulgar as rotinas do PEI. Todos que participaram dos cursos de capacitação ministrados por este grupo, de lá saíram mais ciber-analfabetos do que entraram, já preparando as malas para o subsolo.

Transferiram um mecânico da filial de Singapura para chefiar o Departamento de Informática em nossa filial. Entendia tanto de computadores quanto eu de boas maneiras. Esqueceram-se de adequar a nossa conexão de internet com as novas solicitações do sistema. Silvinha comentava que a conexão discada da sua casa no interior era mais veloz do que a existente em nosso trabalho. Todas as segundas feiras, o “Sistema” só começa a funcionar, quando começa, depois do meio dia. Basta um chuvisco e nada mais funciona. Ano passado, uma pane tirou nosso PEI do ar (não aguentei e cometi esta cacofonia) e perdemos todos os dados de uma semana. Não houve comunicação ou admissão oficial do problema ocorrido e, até hoje, clientes acreditam que seus pedidos estejam na linha de produção.

Por fim, um pomposo jantar foi organizado para homenagear os implantadores (ou emplantadores) do PEI, que receberam os elogios (e somente elogios) através da coordenadora do grupo. Em reunião da Diretoria, esta aproveitou a euforia para aprovar para si mesmos (os diretores) um abono salarial, representado pelo “auxílio internet”. E tudo voltou a como era antes.

Mudando de assunto: Geraldinho sempre votou contra o PT. Não importa em quem, desde que fosse contra o PT. Surpreendi-me nas últimas eleições ao ver Geraldinho fazendo campanha para a reeleição da Dilma. Ele explicou, ainda antes do 1º turno:

_ O PT deixou o país em uma situação tão deplorável, que, quem quer que seja o eleito, não terá a menor condição de governabilidade. Se Aécio ou Marina vencerem, o PT irá aos palanques e dirá: - Estão vendo? Na nossa gestão não era nada assim ...E provavelmente irão retornar em 2.018 como os “salvadores da Pátria”. Ganhando Dilma, vai colher o que plantou e será o fim do Partido!

Geraldinho tinha razão. Mas, tomara que o Brasil não chegue ao fim antes.

*Arthur Teixeira Junior é articulista

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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