*Zózimo Tavares
O governador Wilson Martins, reconhecidamente um político de grande mobilidade, sentou na cadeira principal do Palácio de Karnak amarrado. Amarrado pelas pernas e pelos braços. Amarrado por um orçamento já aprovado e em execução. Amarrado pela corrida contra o tempo de um mandato-tampão de dez meses, com uma campanha eleitoral no meio. Amarrado pelo aperto financeiro do estado. Amarrado, ainda, pelos compromissos políticos com o seu antecessor.
Ao entregar o comando do estado e da sucessão a Wilson Martins, o governador Wellington Dias jogou em suas mãos, na verdade, uma batata quente. Um estado onde a farra dos carros alugados virou um escândalo. Um estado onde os terceirizados também viraram outro escândalo. Um estado transformado em cemitério de obras públicas inacabadas. Um estado endividado e com os credores na porta, em desespero.
O nó cego que o ex-governador Wellington Dias deu em seu sucessor foi tão bem dado que, quanto mais o tempo passa, mais Wilson Martins se torna dependente do PT. Essa dependência se agravou ainda mais com a decisão de partidos expressivos da chamada "base aliada" saírem do governo.
*Zózimo Tavares é editor chefe do Diário do Povo
O governador Wilson Martins, reconhecidamente um político de grande mobilidade, sentou na cadeira principal do Palácio de Karnak amarrado. Amarrado pelas pernas e pelos braços. Amarrado por um orçamento já aprovado e em execução. Amarrado pela corrida contra o tempo de um mandato-tampão de dez meses, com uma campanha eleitoral no meio. Amarrado pelo aperto financeiro do estado. Amarrado, ainda, pelos compromissos políticos com o seu antecessor.
Ao entregar o comando do estado e da sucessão a Wilson Martins, o governador Wellington Dias jogou em suas mãos, na verdade, uma batata quente. Um estado onde a farra dos carros alugados virou um escândalo. Um estado onde os terceirizados também viraram outro escândalo. Um estado transformado em cemitério de obras públicas inacabadas. Um estado endividado e com os credores na porta, em desespero.
Imagem: Wanessa Gommes / GP1Governador Wilson Martins
Não bastasse, o novo governador entrou sem poder fazer alterações necessárias e urgentes na administração. De seu, levou apenas um auxiliar de confiança, o secretário de Governo, Tadeu Maia, que só mexe com papel. Os demais cargos estratégicos do governo continuaram nas mãos do PT, que continua dando as cartas no governo.O nó cego que o ex-governador Wellington Dias deu em seu sucessor foi tão bem dado que, quanto mais o tempo passa, mais Wilson Martins se torna dependente do PT. Essa dependência se agravou ainda mais com a decisão de partidos expressivos da chamada "base aliada" saírem do governo.
Imagem: G1Ex-governador do Piauí Wellington Dias
Sem o PTB, sem o PDT, sem o PP e sem outras siglas importantes que davam sustentação ao governo, com quem Wilson Martins ainda pode contar? Com o PMDB, que está mais preocupado é em salvar a pele de seus deputados? Com o PSB, claro. Mas o PSB é o próprio Wilson. Resta o PT, que, apesar de devidamente "locupletado", como diria rebuscadamente o ex-governador Hugo Napoleão, ainda não fez um só dia de campanha pela reeleição do governador. Mas é nas mãos do PT que o governador se encontra. As outras siglas já tomaram seu rumo. Não há mais de onde tirar. Não há mais o que acrescentar. É dos humores dos petistas que ele depende.*Zózimo Tavares é editor chefe do Diário do Povo
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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