A Assembléia Legislativa se prepara para aprovar o Orçamento Geral do Estado para 2011. Orçado em R$ 5,900 bilhões, o Orçamento prevê as receitas e despesas para o ano que vem e fixa os percentuais de recursos para cada área do governo. É apenas uma previsão - nem é certo que as receitas alcançarão o que está colocado ali, muito menos que as despesas se resumirão ao que está discriminado. Certeza mesmo é que o governo terá de reduzir a máquina administrativa - e daí cortar gastos - para que o Estado ande.
Ninguém tem dúvida de que o Estado está ruim das pernas financeiramente. "Ruim das pernas" é eufemismo. Está é quebrado mesmo! Nem precisa aqui citar exemplos para sustentar a afirmativa. Mas não se pode - nem se deve - atribuir a culpa ao governador reeleito Wilson Martins (PSB). Ele assumiu o governo em plena campanha eleitoral. Ligou o piloto automático e foi pro sertão pedir votos.
A partir de 1º de janeiro, aí sim, não poderá fugir à responsabilidade de ajustar as despesas às receitas - o velho e batido argumento de não gastar mais do que arrecada - e, ainda assim, investir o necessário para criar as condições de o estado crescer e se desenvolver. Ainda bem que Wilsão já sinaliza com a idéia de extinguir ou fundir secretarias e outros órgãos da administração pública - coisa de que não falou na campanha eleitoral recente. É bastante razoável supor que, ao extinguir secretarias ou órgãos, acabará cortando cargos, demitindo gente e diminuindo benesses e privilégios que alimentam a parte mais danosa do serviço público.
Como vai fazer isso, sem ferir os interesses/compromissos/acordos que fez na campanha, e que asseguraram os apoios que o levaram aos mais de 921 mil votos colhidos nas urnas, é a grande pergunta que se faz. Mas isso é problema do governador e de sua equipe - a equipe que ele ainda vai montar, frise-se. O certo é que Wilson Martins tem pela frente a dura missão de administrar a escassez de recursos e assegurar a manutenção do ambiente positivo que o Piauí vive há quase dez anos (afinal, é preciso reconhecer que o Estado melhorou seus indicadores econômicos e sociais na última década).
Se encarar isso como um bom desafio, agindo mais como técnico e estadista e menos pragmatismo político, já será um bom começo. Deus queira que consiga.
*Zózimo Tavares é editor chefe do jornal Diário do Povo
Ninguém tem dúvida de que o Estado está ruim das pernas financeiramente. "Ruim das pernas" é eufemismo. Está é quebrado mesmo! Nem precisa aqui citar exemplos para sustentar a afirmativa. Mas não se pode - nem se deve - atribuir a culpa ao governador reeleito Wilson Martins (PSB). Ele assumiu o governo em plena campanha eleitoral. Ligou o piloto automático e foi pro sertão pedir votos.
A partir de 1º de janeiro, aí sim, não poderá fugir à responsabilidade de ajustar as despesas às receitas - o velho e batido argumento de não gastar mais do que arrecada - e, ainda assim, investir o necessário para criar as condições de o estado crescer e se desenvolver. Ainda bem que Wilsão já sinaliza com a idéia de extinguir ou fundir secretarias e outros órgãos da administração pública - coisa de que não falou na campanha eleitoral recente. É bastante razoável supor que, ao extinguir secretarias ou órgãos, acabará cortando cargos, demitindo gente e diminuindo benesses e privilégios que alimentam a parte mais danosa do serviço público.
Como vai fazer isso, sem ferir os interesses/compromissos/acordos que fez na campanha, e que asseguraram os apoios que o levaram aos mais de 921 mil votos colhidos nas urnas, é a grande pergunta que se faz. Mas isso é problema do governador e de sua equipe - a equipe que ele ainda vai montar, frise-se. O certo é que Wilson Martins tem pela frente a dura missão de administrar a escassez de recursos e assegurar a manutenção do ambiente positivo que o Piauí vive há quase dez anos (afinal, é preciso reconhecer que o Estado melhorou seus indicadores econômicos e sociais na última década).
Se encarar isso como um bom desafio, agindo mais como técnico e estadista e menos pragmatismo político, já será um bom começo. Deus queira que consiga.
*Zózimo Tavares é editor chefe do jornal Diário do Povo
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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