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Intérprete do Povo

A vida é emoção, a política é emoção, e as campanhas devem dar voz a essas emoções.

A melhor definição de um estrategista político, ou seja, um publicitário político, é a capacidade de interpretar o povo. Nesse contexto, as pesquisas desempenham um papel crucial na formulação de estratégias, mas o contato direto, o "corpo a corpo", é igualmente revelador. A grande questão é que o publicitário deve sair da sua bolha e observar o movimento da população: o que ela pensa, quais são seus desejos e as dificuldades enfrentadas no dia a dia.

Recentemente, tenho enfatizado que, além da economia, a segurança será uma das principais pautas nas eleições de 2026, refletindo a insegurança que vivemos atualmente. O publicitário precisa captar o sentimento da população; não adianta um governo anunciar a diminuição da violência se as pessoas não se sentem seguras.

Um exemplo marcante foi uma campanha que vi em Goiânia: “Em Goiás, quem bate em mulheres está agredindo o estado inteiro”, com o lema “Todos por Elas”, voltada para o combate à violência contra a mulher e ao feminicídio. Além da veiculação de anúncios em diversos meios de comunicação, os ônibus do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia exibem peças da campanha, cujo objetivo é transformar o cenário de vitimização das mulheres em Goiás. Essa campanha proporciona uma sensação de acolhimento às mulheres.

Toda campanha publicitária deve ter um fio condutor, um enredo coerente. Caso contrário, a população perceberá que as promessas não se concretizam, resultando em uma desconexão entre discurso e ação. Já vi muitos erros em campanhas que investem grandes quantias em promessas vazias, sem a capacidade de cumprir o que foi anunciado.

O publicitário estrategista é aquele que antecipa narrativas, em vez de reagir a elas. A vida é emoção, a política é emoção, e as campanhas devem dar voz a essas emoções. O sentimento atual está presente nas redes sociais; extrair essas informações e montá-las em uma estratégia eficaz é a chave do sucesso.

Para encerrar, cito uma frase de um dos grandes publicitários que o Brasil já teve: “Eu não sou publicitário. Eu sou um psicólogo, um sociólogo, um filósofo, um antropólogo. Só uso a propaganda como ferramenta para agir no comportamento das pessoas.” — Duda Mendonça.

José Trabulo Júnior - Publicitário, criador da X Conexões  Estratégicas

Quer contribuir com ideias? Mande seu e-mail: t.j@uol.com.br

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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