Uma situação vexatória vem acontecendo na Universidade Federal do Piauí (UFPI), que se prepara para eleger a nova gestão da reitoria. O signatário deste blog apurou que o atual reitor, José Arimatéia Dantas Lopes, está operando junto ao Conselho Universitário (CONSUN) para garantir a eleição do seu sucessor.
A eleição para reitor e vice-reitor se dá após uma consulta acadêmica, que, absurdamente, não tem caráter deliberativo, possuindo apenas efeito consultivo, a fim de nortear a escolha do CONSUN, que detém o poder de elaborar uma lista tríplice (três nomes) que deve ser encaminhada ao Ministério da Educação, que por fim decide nomear um deles.
- Foto: Lucas Dias/GP1Arimatéia Dantas Lopes
Acontece que o atual reitor concentra uma boa parte das cadeiras daquele conselho: com ele e mais seis pró-reitores indicados por ele, são sete cabeças votantes, além de mais seis representantes estudantis indicados diretamente pelo Diretório Central de Estudantes (DCE) com sede em Teresina, outra ilegalidade gritante, uma vez que esses tais alunos estariam ocupando o CONSUN há mais de um ano de maneira ilegal sem ter havido uma eleição, conforme o previsto no estatuto da instituição.
Dessa forma, considerando que o CONSUN possui 40 cadeiras e o reitor detém controle sobre 13 destas, significa dizer que ele encontrará facilidade para elaborar a lista tríplice da maneira que lhe for mais conveniente, ou seja, colocando em primeiro lugar o seu “escolhido”, que trata-se de um professor, que, segundo informações, iniciou campanha antes do tempo permitido, buscando angariar apoio pelos campi do interior desde novembro do ano passado.
Esse absurdo que vem ocorrendo na Universidade Federal do Piauí (UFPI) já era para ter acabado, com a tão falada estatuinte, que finalmente modificaria cláusulas no estatuto como essa, que permite que membros do Conselho Universitário sejam indicados, e não eleitos democraticamente. Ocorre que a atual gestão da UFPI literalmente sentou em cima da estatuinte, impedindo seu andamento.
Eu espero que instituições de ensino como a UFPI possam em breve inaugurar um novo momento, extirpando todos aqueles que ali levantam a bandeira da democracia, mas internamente promovem uma verdadeira ditadura.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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