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Colunista Herbert Sousa (in memory)
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Advogado Tiago Saunders Martins é conselheiro seccional da OAB-PI


O advogado Tiago Saunders Martins, filho do ex-procurador geral de Justiça Emir Martins Filho, presos na Operação “IL Capo”, deflagrada pelo Gaeco, na segunda-feira (24), é conselheiro seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Piauí. Tiago Saunders é acusado de receber indevidamente a quantia R$ 192.115,34 do Ministério Público do Estado do Piauí.

O Conselho da OAB é o órgão que fiscaliza a aplicação da receita, aprecia o relatório anual e delibera sobre o balanço e as contas da diretoria, das subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados, e julga, em grau de recurso, as questões decididas pelo Presidente, pela Diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, pelas Diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados.


Presidente da OAB se manifesta 

  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Chico Lucas Chico Lucas

Ouvido pelo Blog nesta quinta-feira (27), o presidente da OAB-PI Chico Lucas, afirmou que a prisão de Tiago Saunders "não afetou" a instituição. "Não afetou em nada. Ele é um conselheiro, qual o problema?", exaltou-se. Questionado se o advogado será afastado da função, Chico Lucas finalizou: "Isso é um processo sigiloso, não posso falar nada".

Operação

A Operação “IL Capo”, deflagrada na segunda-feira (24), pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco), resultou na prisão de do ex-procurador geral de Justiça Emir Martins, seu filho, o advogado Tiago Saunders Martins, sua nora Susyane Araújo Lima Saunders Martins, a esposa Maria da Glória Saunders Martins, além de Arminda Hagi Saunders Gadelha, Maria Liduina Uchoa Saunders, Maria Rachel Saunders Pacheco, Andrea Saunders Martins, Agamenon Rego Martins de Deus, Mariana Saunders Uchoa de Moura Santos, Samuel Pacheco Morais e José Ribamar de Sena Rosa. Todos eles são acusados de envolvimento em esquema de corrupção.

Emir Martins é acusado dos crimes de falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, peculato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, o ex-procurador estava sendo monitorado e foi abordado quando seguia em seu veículo por uma avenida de Teresina, portando uma mala com roupas e outros pertences.

Formas de atuação

De acordo com o Gaeco, Emir Martins Filho, se utilizava de duas formas de atuação. A primeira se dava a partir da inserção de valores demasiados nos vencimentos dos servidores comissionados e estagiários e a outra com o pagamento de servidores “fantasmas” se utilizando de matrículas de pessoas que não mais trabalhavam no Ministério Público ou que jamais trabalharam no órgão ministerial.

Valores pagos indevidamente aos investigados

As investigações apontam que mais de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) foram pagos indevidamente, tendo Emir Martins Filho recebido R$ 378.542,40; Maria da Gloria Saunders Martins recebido R$ 17.576,69; Arminda Hagi Saunders Martins recebido R$ 487.087,13;Maria Liduina Uchoa Saunders recebido R$ 68.878,16; Maria Rachel Saunders Pacheco recebido R$ 323.264,99; Tiago Saunders Martins recebido R$ 192.115,34; Andrea Saunders Martins recebido R$ 16.741,22; Agamenon Rego Martins de Deus recebido R$ 227.335,12; Susyane Araújo Lima Saunders Martins recebido R$ 109.705,31; Mariana Saunders Uchoa de Moura Santos recebido R$ 34.013,46 e Samuel Pacheco Morais recebido R$346.516,67.

Dados foram alterados para ocultar irregularidades

O relatório de inspeção realizado em 2009 pelo CNMP mostra que a comparação entre os dados fornecidos pela Procuradoria Geral de Justiça e os contracheques existentes nos autos demonstrou a existência de divergência entre os valores consignados, indicando que os arquivos contendo os dados históricos das folhas de pagamento tenham sido alterados para ocultar irregularidades.

Receita Federal vai fornecer dossiê de cada investigado

O juiz deferiu pedido do GAECO solicitando a Receita Federal dossiê integrado para cada investigado contendo todas as informações de sua base de dados.

Bloqueio de contas bancárias, veículos e de bens imóveis

As contas bancárias dos investigados foram bloqueadas pelo sistema BacenJud, assim como o bloqueio de veículos e imobiliário, observando o limite do montante desviado a fim de possibilitar o ressarcimento do erário.

Soltura dos presos

Na terça-feira (25), todos os presos na operação “IL Carpo” foram soltos após pedido de Habeas Corpus no Tribunal de Justiça de Justiça do Piauí. A decisão foi do desembargador Sebastião Ribeiro Martins, que determinou que todos cumpram medidas cautelares para que compareçam em juízo, no prazo e nas condições a serem fixadas, deverão informar e justificar atividades. Caso não cumpram as medidas, as prisões serão novamente decretadas.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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