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Colunista Feitosa Costa
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Familiares não são autorizados a levar Playstation para universitário do Cerato "brincar" no HTI e f


Enquanto a família de Raimundo Oliveira Mesquita, 49 anos, o terceirizado do Hemopi morto ao amanhecer da última quinta-feira (18) depois de colhido violentamente por um Cerato em alta velocidade na Alameda Parnaíba ainda chorava a sua perda e a orfandade, nos corredores do HTI, hospital particular, armava-se "um verdadeiro barraco" com chiliques, gritos escandalosos e revoltantes para a pequenez da causa do protesto: bem situada financeiramente, a família do universitário Lucas de Sousa Amâncio, de 19 anos, acusado de causar o acidente ao dirigir a 200 quilômetros por hora e supostamente embriagado, não foi autorizada a levar para o seu apartamento, um Playstation, aquele aparelho que se tornou sonho de todo adolescente em que vários jogos, alguns até mortais, são disponíveis.

Tudo isso, segundo informação de um funcionário do hospital que ficou revoltado e procurou este repórter, aconteceu no início da tarde do último sábado (20), nos corredores do HTI - Hospital de Terapia Intensiva, particular e de bom conceito na região. Ali se encontra o universitário Lucas, apontado por testemunhas como causador do acidente porque dirigia a cerca de 200 quilômetros por hora, fazendo um "racha" com outro sujeito que não foi identificado até agora.

Lucas passou por alguns procedimentos de maneira célere no Hospital de Urgência de Teresina, que é público, sendo atendido em tempo recorde, levando em consideração outras situações, e foi transferido para o HTI, numa operação que envolveu a elite do Samu, com equipe de resgate, carro de apoio e outras providências, algumas delas reclamadas em ocasiões anteriores em que pessoas mais humildes necessitaram de transferência, segundo lembraram alguns dos funcionários do próprio serviço.

Na sala de observação em que se encontra Lucas Pinto, que teria recebido o Cerato de presente do pai há cerca de dois meses, existe todo o conforto possível a quem pode pagar, o que se justifica por ser um hospital privado, que visa lucro, mas tem suas regras. Quando a família chegou com o Playstation de última geração, brinquedo favorito dos adolescentes mais mimados, e soube que não poderia levá-lo para o rapaz, o "barraco", segundo um funcionário do hospital, "foi armado".

"Aquela gente não dava a menor importância ao fato de uma vida ter sido perdida", revoltou-se o funcionário do hospital, "era muito mais importante levar um brinquedo para o seu filhinho mimado e dar chiliques e gritos, porque a direção do hospital, muito acertadamente não permitiu o acesso do aparelho".

Durante os "protestos" nos corredores do HTI só faltaram mesmo os cartazes e megafones, porque gritos como "isso é um absurdo" e outras manifestações de repúdio à proibição foram ouvidos por funcionários e parentes de pessoas internadas ali, que se escandalizavam a todo momento ao saber o motivo de tanto barulho.

Enquanto isso, filho do empresário Edvan de Sousa Amâncio, de Caxias, Lucas aguardava na sua sala recebendo mais exemplos de que dirigir em alta velocidade, sabendo que pode causar a morte de um pai de família e deixar órfã uma criança de oito anos, dá direito a conforto e a aulas de falta de solidariedade.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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