Amostras da saliva do vigia Domingos Pereira da Silva Santos, de 54 anos,ex-funcionário da Vanguarda Engenharia, construtora que realizou as obras de fundação da futura sede do Ministério do Trabalho, foram recolhidas ainda no final da tarde de ontem, por determinação do delegado que preside o inquérito sobre a morte de Fernanda Lages Veras para serem comparadas com as encontradas nas escadarias do prédio do Ministério Público Federal, em conclusão na avenida João XXIII e onde a garota foi encontrada morta ao amanhecer do dia 25 de agosto, uma quinta-feira.
Pelo Menos 20 pessoas serão obrigadas a fornecer amostras de DNA para comparação com os "quatro ou cinco perfis orgânicos" que foram encontrados na obra, segundo revelação do perito José Luis Sousa, diretor do departamento de policia científica do Instituto de Criminalística do Piauí. Essas pessoas fazem parte de um raio de suspeição e incluem vigias, vigilantes da Servisan, engenheiros das duas obras, amigos de Fernanda Lages e operários.
Os engenheiros
Os engenheiros cujas amostras deverão ser colhidas nas próximas horas são os seguintes: Jivago Castro Ramalho, 40 anos, proprietário da Vanguarda Engenharia, ex-patrão do vigia Domingos Pereira da Silva Santos, que viu Fernanda entrar; Alexandre Mendes de Oliveira, engenheiro civil da construtora Macrobase e responsável pela obra do Ministério Público Federal; Antônio Salgado Neto, engenheiro mecânico da construção do MPF, também funcionário da Macrobase Engenharia; e Silas Barroso Camilo, engenheiro eletricista como os dois últimos funcionário da Macrobase com atuação na obra em que Fernanda foi achada morta.
Alexandre Mendes de Oliveira, o engenheiro civil da Macrobase, tem mais ou menos a mesma idade de Jivago Castro Ramalho e alguma semelhança física, como foi confidenciado a este repórter por um policial que faz parte da investigação.
Vigias
As amostras de DNA do vigia Domingos, ex-funcionário da Vanguarda, já foram colhidas. Hoje, deverão ser coletadas as do outro vigia, Miguel Joaquim da Silva, que recebeu o serviço de Domingos às 6 horas da manhã do dia da morte. É provavel também que o delegado Paulo Nogueira peça amostras de um outro vigia, o de uma concessionária de automóveis localizada na avenida João XXIII, em frente à obra do TRT, que viu Fernanda estacionar o carro, ficar cinco minutos dentro dele e depois entrar sozinha no local.
O vigia Miguel permanece funcionário da Vanguarda Engenharia mesmo depois da conclusão das obras de fundação da sede do TRT. Ele foi reaproveitado como ajudante de pedreiro numa outra obra tocada pela construtora de Jivago.
Os vigilantes da Servisan
Existe uma grande expectativa entre os policiais que investigam a morte de Fernanda quanto ao resultado da comparação das amostras encontradas nas escadarias do prédio do Ministério Público Federal com as do vigilante profissional Edson Rodrigues dos Santos, que estava dentro da obra quando Fernanda Lages entrou, e tinha a responsabilidade de fazer ronda de meia em meia hora.
É bastante estranho no entendimento de três investigadores de longa experiência (um deles aposentado) com os quais conversei por três horas ontem à noite durante o apagão que a Eletrobras impôs a Teresina, que esse profissional tenha sido tão preservado, ao contrário do vigia Domingos.
Na opinião dos investigadores a segurança do prédio em que Fernanda morreu estava sob a responsabilidade da Servisan, e não do vigia Domingos. "Fernanda foi morta na área de responsabilidade da Servisan, num campo de visão muito mais restrito do que o de Domingos na obra pela qual ela havia passado"
Como se não bastasse Edson ser um profissional treinado para o serviço, ainda existe uma ronda da empresa que no dia da morte, segundo o relatório que consta na Servisan, foi feita pelo fiscal Rodrigo do Nascimento Passos, às 2 horas da manhã, que conversou com Edson e recebeu dele a informação de que "não há alteração".
Para completar, ainda tem uma turma da empresa de segurança que todos os dias, 20 ou 15 minutos antes das 6 da manhã ( horário em que Fernanda morreu ou estava perto de morrer) chega à obra do MPF para recolher a arma do vigilante que está encerrando o serviço. Este recolhimento é obrigatório diariamente.
Segundo os mesmos investigadores com os quais tenho conversado frequentemente o vigilante da Servisan, sim, tem que explicar muito bem por que não viu nada já que Fernanda se movimentou bastante dentro da sua área de responsabilidade que não é tão ampla.
Além disso ainda se encontrava no interior da obra um operário conhecido como Junior, que disse em depoimento, ao ser indagado sobre o que fazia no horário provável em que Fernanda passou pelo local em que ele dormia, que tinha se ausentado para fazer uma necessidade. Portanto, estavam pelo menos Edson e Junior no interior do prédio em que Fernanda morreu. Duas pessoas bem fisicamente e com capacidade motora.
De acordo com o que se tem observado durante as investigações, a Servisan tem prestado todo apoio a seus vigilantes que passam por investigação inclusive o da guarita do Dnit cujo prédio fica vizinho à obra do Ministério Público Federal. Sempre que algum deles vai prestar esclarecimentos é acompanhado de um chefe e transportado em carro da empresa. Soube-se também que estão recebendo assistência jurídica.
Certamente, o advogado Lucas Villa da família de Fernanda Lages, deve estar suspeitando das declarações do vigilante Edson da Servisan da mesma forma que desconfia das explicações do vigia Domingos.
Os operários
Amostras de muitos operários serão recolhidas, principalmente dos seis primeiros que chegaram à obra naquele inicio de manhã. O primeiro a chegar foi José Francisco Feitosa, que tinha a responsabilidade de providenciar o café com pão para os colegas com o auxilio do Almoxafie Genilson Monteiro de Lima, o primeiro a ver o corpo de Fernanda no pátio posterior do prédio.
Amostras de outros homens, alguns amigos de Fernanda, e até de um rapaz amigo do engenheiro Jivago serão colhidas ao longo dos proximos dois dias.
O tempo
Depois da coleta dessas amostras será iniciado o trabalho de comparação e de levantamento do tempo em que foram produzidas, especialmente das recolhidas nas escadarias do prédio em que se deu a morte.
A produção das amostras precisa ter alguma coincidência de tempo com a morte de Fernanda. Um DNA que se encontrava ali há seis meses, que pode ser de um operário, por exemplo, será descartado.
As investigações vão prosseguir por todo final de semana.
Pelo Menos 20 pessoas serão obrigadas a fornecer amostras de DNA para comparação com os "quatro ou cinco perfis orgânicos" que foram encontrados na obra, segundo revelação do perito José Luis Sousa, diretor do departamento de policia científica do Instituto de Criminalística do Piauí. Essas pessoas fazem parte de um raio de suspeição e incluem vigias, vigilantes da Servisan, engenheiros das duas obras, amigos de Fernanda Lages e operários.
Os engenheiros
Os engenheiros cujas amostras deverão ser colhidas nas próximas horas são os seguintes: Jivago Castro Ramalho, 40 anos, proprietário da Vanguarda Engenharia, ex-patrão do vigia Domingos Pereira da Silva Santos, que viu Fernanda entrar; Alexandre Mendes de Oliveira, engenheiro civil da construtora Macrobase e responsável pela obra do Ministério Público Federal; Antônio Salgado Neto, engenheiro mecânico da construção do MPF, também funcionário da Macrobase Engenharia; e Silas Barroso Camilo, engenheiro eletricista como os dois últimos funcionário da Macrobase com atuação na obra em que Fernanda foi achada morta.
Alexandre Mendes de Oliveira, o engenheiro civil da Macrobase, tem mais ou menos a mesma idade de Jivago Castro Ramalho e alguma semelhança física, como foi confidenciado a este repórter por um policial que faz parte da investigação.
Vigias
As amostras de DNA do vigia Domingos, ex-funcionário da Vanguarda, já foram colhidas. Hoje, deverão ser coletadas as do outro vigia, Miguel Joaquim da Silva, que recebeu o serviço de Domingos às 6 horas da manhã do dia da morte. É provavel também que o delegado Paulo Nogueira peça amostras de um outro vigia, o de uma concessionária de automóveis localizada na avenida João XXIII, em frente à obra do TRT, que viu Fernanda estacionar o carro, ficar cinco minutos dentro dele e depois entrar sozinha no local.
O vigia Miguel permanece funcionário da Vanguarda Engenharia mesmo depois da conclusão das obras de fundação da sede do TRT. Ele foi reaproveitado como ajudante de pedreiro numa outra obra tocada pela construtora de Jivago.
Os vigilantes da Servisan
Existe uma grande expectativa entre os policiais que investigam a morte de Fernanda quanto ao resultado da comparação das amostras encontradas nas escadarias do prédio do Ministério Público Federal com as do vigilante profissional Edson Rodrigues dos Santos, que estava dentro da obra quando Fernanda Lages entrou, e tinha a responsabilidade de fazer ronda de meia em meia hora.
É bastante estranho no entendimento de três investigadores de longa experiência (um deles aposentado) com os quais conversei por três horas ontem à noite durante o apagão que a Eletrobras impôs a Teresina, que esse profissional tenha sido tão preservado, ao contrário do vigia Domingos.
Na opinião dos investigadores a segurança do prédio em que Fernanda morreu estava sob a responsabilidade da Servisan, e não do vigia Domingos. "Fernanda foi morta na área de responsabilidade da Servisan, num campo de visão muito mais restrito do que o de Domingos na obra pela qual ela havia passado"
Como se não bastasse Edson ser um profissional treinado para o serviço, ainda existe uma ronda da empresa que no dia da morte, segundo o relatório que consta na Servisan, foi feita pelo fiscal Rodrigo do Nascimento Passos, às 2 horas da manhã, que conversou com Edson e recebeu dele a informação de que "não há alteração".
Para completar, ainda tem uma turma da empresa de segurança que todos os dias, 20 ou 15 minutos antes das 6 da manhã ( horário em que Fernanda morreu ou estava perto de morrer) chega à obra do MPF para recolher a arma do vigilante que está encerrando o serviço. Este recolhimento é obrigatório diariamente.
Segundo os mesmos investigadores com os quais tenho conversado frequentemente o vigilante da Servisan, sim, tem que explicar muito bem por que não viu nada já que Fernanda se movimentou bastante dentro da sua área de responsabilidade que não é tão ampla.
Além disso ainda se encontrava no interior da obra um operário conhecido como Junior, que disse em depoimento, ao ser indagado sobre o que fazia no horário provável em que Fernanda passou pelo local em que ele dormia, que tinha se ausentado para fazer uma necessidade. Portanto, estavam pelo menos Edson e Junior no interior do prédio em que Fernanda morreu. Duas pessoas bem fisicamente e com capacidade motora.
De acordo com o que se tem observado durante as investigações, a Servisan tem prestado todo apoio a seus vigilantes que passam por investigação inclusive o da guarita do Dnit cujo prédio fica vizinho à obra do Ministério Público Federal. Sempre que algum deles vai prestar esclarecimentos é acompanhado de um chefe e transportado em carro da empresa. Soube-se também que estão recebendo assistência jurídica.
Certamente, o advogado Lucas Villa da família de Fernanda Lages, deve estar suspeitando das declarações do vigilante Edson da Servisan da mesma forma que desconfia das explicações do vigia Domingos.
Os operários
Amostras de muitos operários serão recolhidas, principalmente dos seis primeiros que chegaram à obra naquele inicio de manhã. O primeiro a chegar foi José Francisco Feitosa, que tinha a responsabilidade de providenciar o café com pão para os colegas com o auxilio do Almoxafie Genilson Monteiro de Lima, o primeiro a ver o corpo de Fernanda no pátio posterior do prédio.
Amostras de outros homens, alguns amigos de Fernanda, e até de um rapaz amigo do engenheiro Jivago serão colhidas ao longo dos proximos dois dias.
O tempo
Depois da coleta dessas amostras será iniciado o trabalho de comparação e de levantamento do tempo em que foram produzidas, especialmente das recolhidas nas escadarias do prédio em que se deu a morte.
A produção das amostras precisa ter alguma coincidência de tempo com a morte de Fernanda. Um DNA que se encontrava ali há seis meses, que pode ser de um operário, por exemplo, será descartado.
As investigações vão prosseguir por todo final de semana.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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