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Manaus - Amazonas

Covid-19: caminhões com oxigênio venezuelano chegam a Manaus

Vindo do estado de Bolívar, no sul da Venezuela, o comboio com 107 mil m³ de oxigênio saiu no fim de semana e viajou pouco mais de 1,5 mil quilômetros.

Cinco caminhões com oxigênio doado pela Venezuela chegaram na noite desta terça-feira, 19, para atender a demanda em Manaus, atolada em uma grave crise de saúde durante a segunda onda da pandemia de covid-19.

Vindo do estado de Bolívar, no sul da Venezuela, o comboio com 107 mil m³ de oxigênio saiu no fim de semana e viajou pouco mais de 1,5 mil quilômetros até a capital amazonense. Um dos caminhões carregava uma bandeira venezuelana exposta no tanque.


A remessa deve ajudar a aliviar a terrível situação na região, que está experimentando um aumento exponencial de casos de covid-19 com um sistema de saúde colapsado. Desde quinta-feira, dezenas de pessoas morreram sufocadas devido à falta de oxigênio nos centros de saúde, o que levou os moradores à beira do desespero.

Centenas de brasileiros na capital fizeram a peregrinação em busca de oxigênio para cuidar de seus familiares em casa devido ao desastre dos hospitais, alguns dos quais até deixaram de receber novos pacientes.

A demanda diária no Amazonas neste momento gira em torno de 76 mil m³ de oxigênio, enquanto as empresas fornecedoras não conseguem produzir mais de 28,2 m³ por dia.

A doação de oxigênio ocorre apesar de o governo do presidente Jair Bolsonaro não reconhecer o do venezuelano Nicolás Maduro, a quem chama de "ditador".

Maduro disse neste domingo que a situação em Manaus era um "escândalo" e que "a Venezuela estendeu sua mão solidária ao povo amazonense". O presidente brasileiro ironizou o carregamento, mas não o rejeitou.

"Se Maduro quiser nos abastecer de oxigênio, podemos recebê-lo sem problemas; mas ele poderia dar ajuda emergencial a seu povo também, o salário mínimo lá [na Venezuela] compra meio quilo de arroz", disse o presidente a apoiadores em Brasília na segunda-feira.

A Venezuela enfrenta a pior crise econômica de sua história contemporânea, com hiperinflação e sete anos de recessão, afetando seu próprio sistema de saúde, que sofre pela escassez de suprimentos médicos e materiais de proteção contra a covid-19.

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