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Santos - São Paulo

Do Piauí para Santos: crônica de uma família Alvinegra na Vila Belmiro

Um susto, a ansiedade em não conhecer o templo sagrado e emoção de ser santista mesmo distante.

Ricardo Magalhães tem 42 anos e uma paixão imensurável: Santos Futebol Clube. Há uma semana, o agente penitenciário, acompanhado da esposa Elinne e de suas duas filhas Ennile, 11 anos, e Êmile Zu, de 1 ano e 8 meses, todas santistas, por influência paterna, saíram de Teresina e percorreram 2.729 km que separam a capital piauiense até a Vila Belmiro para ver o Santos jogar.

A paixão pelo clube começou cedo – nascido nos anos 80, Ricardo é um típico Menino da Vila e o sonho de conhecer o templo sagrado do Alvinegro Praiano ficou ainda mais latente com a provável notícia de uma derrubada eminente da Vila Belmiro para construção da Nova Arena, em parceria com a WTorre. Votada pelo Comitê de Gestão no dia 1º de dezembro de 2022 e aprovada pelos sócios com 4.672 votos favoráveis e 117 contrários no dia 17 de dezembro, a expectativa é de que o novo estádio santista inicie a construção ainda esse ano. A notícia da parceria com a Portuguesa para mandar jogos no Canindé e o rumor de que o Urbano Caldeira seria derrubado no primeiro semestre acelerou os planos da família.


“Não chegou a ser algo planejado. Fiquei sabendo que, em abril, a Vila Belmiro ia ser demolida para a construção da Nova Arena e vi que o Santo já estava se programando para mandar jogos no estádio do Canindé e eu fiquei com medo por que só ia à vila em setembro”, contou Ricardo ao GP1 Esporte. A sensação mudou tudo na mente de Ricardo. “Conversei com a minha esposa e disse ‘olha, o Santos já fechou com a Portuguesa e vai jogar várias vezes no Canindé, isso é sinal de que vão demolir a Vila, é sinal de que o Brasileiro será jogado lá, então vamos organizar e ir logo sem programação”, relatou Ricardo.

Foto: Raul Baretta/Santos FCRicardo e Ennile Magalhães, santistas de Teresina, visitam CT Rei Pelé
Ricardo e Ennile Magalhães, santistas de Teresina, visitam CT Rei Pelé

De olho no calendário dos jogos santistas no Campeonato Paulista, Ricardo saiu com a família no dia 20 de fevereiro para Santos. Na programação inicial, uma semana na Baixada Santista e dois jogos do Peixe: diante da Portuguesa e o clássico contra o Corinthians, neste domingo (26). A antecipação do jogo diante da Portuguesa, porém, proporcionou um momento de maior emoção para um pai santista, afinal, entre as várias máximas que fazem o folclore alvinegro, nenhuma é tão certa quanto “o Santos é de pai para filho”.

"Eles adiantaram o jogo e eu perdi e não sabia que teria o jogo das Sereias da Vila, que acabou sendo o mais emocionante. Algo que eu não estava esperando”, afirmou Ricardo.

Ennile, santista igual ao pai entrou de mãos dadas à meio-campista Vitória Yaya na estreia das Sereias da Vila, e com o pé direito: na vitória de 3 a 0 sobre o Flamengo, no primeiro jogo do Campeonato Brasileiro. A emoção foi ainda maior pelo momento, já que Ennile completava 11 anos de idade.

“Pela paixão que o meu pai tem pelo Santos, eu também virei Santista. A emoção de pisar no mesmo chão, no mesmo gramado que Pelé, o nosso Rei pisou é muita emoção”, contou a pequena Enille, enquanto o pai se via em lágrimas.

Neste domingo (26), Ricardo, Ennile Elinne e a pequena Êmile Zu estarão no templo novamente, agora diante do maior rival santista. Na briga pela classificação no Paulistão, vencer deve ser o único verbo no vocabulário santista se a equipe comandada por Odair Hellman deseja caminhar melhor neste início de ano.

Santos e Corinthians se enfrentam pela 11ª rodada do Paulista, na Vila Belmiro, às 16h.

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