O racionamento de água afetou quase um quarto (23%) dos municípios brasileiros em 2008, revela o Atlas de Saneamento, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 41% dessas cidades, o racionamento é constante. Entre os motivos, predominam seca ou estiagem. Dos 528 municípios com racionamento constante, independente da época do ano, 396 (75%) ficam na região Nordeste. Os dados foram informados pelos municípios.
"A distribuição de água tem melhorado no País, é importante salientar isso. Mas o racionamento ainda é um problema sério em muitos municípios, principalmente na região do semiárido", diz o pesquisador do IBGE José Guilherme Cardoso Mendes, lembrando que o Brasil é o país com a maior quantidade de recursos hídricos do mundo. "É um contra-senso".
Pernambuco é o Estado com o maior número de municípios (111) que informaram ter racionamento constante. Além das cidades afetadas pelo problema em qualquer época do ano, o IBGE também indica aquelas que informaram conviver com o racionamento em períodos de seca. "Núcleos de desertificação existem no Nordeste. O que chamou a atenção foi o número de casos na região Norte, provavelmente provocados pelo avanço do desmatamento e problemas climáticos", avalia Mendes. Lá, 43 municípios informaram sofrer racionamento provocado pela seca.
O IBGE também mostra, por outro lado, que se perde muita água no País em função de vazamentos entre a captação e a chegada ao consumidor, especialmente nas grandes cidades. Entre aquelas com mais de 100 mil habitantes, 60% apresentaram de 20% a 50% de perda. Já nas cidades com população inferior a 100 mil, a perda fica em torno de 20%.
O volume diário de água distribuída per capita no País foi de 0,32 metros cúbicos em 2008, correspondente a 320 litros, um aumento de 0,12 metros cúbicos em relação a 1989. Na região Sudeste, o volume distribuído chegou a uma média diária de 0,45 metros cúbicos per capita em 2008, a mais alta do País.
O IBGE preparou uma lista com os 25 municípios que tiveram inundações na área urbana nos 5 anos anteriores à pesquisa e que apresentavam os oito fatores considerados agravantes para o problema. Doze são da região Sudeste (em SP, Ibiúna e Ilhabela), cinco ficam no Nordeste, quatro no Sul, três no Norte e um no Centro-Oeste. São fatores agravantes obstrução de bueiros; obras inadequadas; ocupação intensa e desordenada do solo; lençol freático alto; interferência física no sistema de drenagem; dimensionamento inadequado de projeto; desmatamento; e lançamento inadequado de resíduos sólidos.
De acordo com o estudo, 90% dos municípios brasileiros não possuíam, em 2008, formas de conter a água das chuvas. Por isso, 2.274 cidades (40,8%) sofreram com inundações na área urbana, sendo que 698 (30,6%) tiveram enchentes em áreas que não são usualmente inundáveis, informa o IBGE.
Esgoto
O município de Rafael Godeiro (RN), que apresentou a maior taxa de internação por diarreia no País em 2008 (6,8 ocorrências por 100 habitantes), não tinha serviço de coleta de esgoto. Nos Estados com as maiores taxas de internação, o acesso a serviços de saneamento é menor, e vice-versa. As taxas de internações por doenças relacionadas com o saneamento ambiental inadequado (DRSAI), como diarreias, dengue e leptospirose, vêm se reduzindo no País nas últimas décadas, mas ainda são elevadas, sobretudo em Estados das regiões Norte e Nordeste, destaca o IBGE. São doenças evitáveis se houver investimento em saneamento e ações preventivas, segundo o órgão.
"A distribuição de água tem melhorado no País, é importante salientar isso. Mas o racionamento ainda é um problema sério em muitos municípios, principalmente na região do semiárido", diz o pesquisador do IBGE José Guilherme Cardoso Mendes, lembrando que o Brasil é o país com a maior quantidade de recursos hídricos do mundo. "É um contra-senso".
Pernambuco é o Estado com o maior número de municípios (111) que informaram ter racionamento constante. Além das cidades afetadas pelo problema em qualquer época do ano, o IBGE também indica aquelas que informaram conviver com o racionamento em períodos de seca. "Núcleos de desertificação existem no Nordeste. O que chamou a atenção foi o número de casos na região Norte, provavelmente provocados pelo avanço do desmatamento e problemas climáticos", avalia Mendes. Lá, 43 municípios informaram sofrer racionamento provocado pela seca.
O IBGE também mostra, por outro lado, que se perde muita água no País em função de vazamentos entre a captação e a chegada ao consumidor, especialmente nas grandes cidades. Entre aquelas com mais de 100 mil habitantes, 60% apresentaram de 20% a 50% de perda. Já nas cidades com população inferior a 100 mil, a perda fica em torno de 20%.
O volume diário de água distribuída per capita no País foi de 0,32 metros cúbicos em 2008, correspondente a 320 litros, um aumento de 0,12 metros cúbicos em relação a 1989. Na região Sudeste, o volume distribuído chegou a uma média diária de 0,45 metros cúbicos per capita em 2008, a mais alta do País.
O IBGE preparou uma lista com os 25 municípios que tiveram inundações na área urbana nos 5 anos anteriores à pesquisa e que apresentavam os oito fatores considerados agravantes para o problema. Doze são da região Sudeste (em SP, Ibiúna e Ilhabela), cinco ficam no Nordeste, quatro no Sul, três no Norte e um no Centro-Oeste. São fatores agravantes obstrução de bueiros; obras inadequadas; ocupação intensa e desordenada do solo; lençol freático alto; interferência física no sistema de drenagem; dimensionamento inadequado de projeto; desmatamento; e lançamento inadequado de resíduos sólidos.
De acordo com o estudo, 90% dos municípios brasileiros não possuíam, em 2008, formas de conter a água das chuvas. Por isso, 2.274 cidades (40,8%) sofreram com inundações na área urbana, sendo que 698 (30,6%) tiveram enchentes em áreas que não são usualmente inundáveis, informa o IBGE.
Esgoto
O município de Rafael Godeiro (RN), que apresentou a maior taxa de internação por diarreia no País em 2008 (6,8 ocorrências por 100 habitantes), não tinha serviço de coleta de esgoto. Nos Estados com as maiores taxas de internação, o acesso a serviços de saneamento é menor, e vice-versa. As taxas de internações por doenças relacionadas com o saneamento ambiental inadequado (DRSAI), como diarreias, dengue e leptospirose, vêm se reduzindo no País nas últimas décadas, mas ainda são elevadas, sobretudo em Estados das regiões Norte e Nordeste, destaca o IBGE. São doenças evitáveis se houver investimento em saneamento e ações preventivas, segundo o órgão.
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