Atualmente, mais de dois mil pacientes estão cadastrados no Centro de Atenção Psicossocial II (Caps Tipo II) da Prefeitura de Teresina. Teresina conta com dois centros, um na zona Centro-Norte e outro na Sul. Vinculados à Fundação Municipal de Saúde (FMS) são referência e tratamento para pessoas com sofrimento psíquico e um recurso em saúde mental. Ontem (18), o Caps comemorou o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, no Clube do Servidor Municipal. O evento reuniu, em uma manhã de lazer, coordenadores, pacientes e familiares atendidos pelos centros.
Funcionando como serviço de assistência extra-hospitalar, o Caps substitui o modelo asilar, evita reinternações psiquiátricas e busca a ressocialização do indivíduo. Em Teresina, ele atende pacientes com transtornos mentais, esquizofrenia, depressão, síndrome do pânico, transtorno bipolar e compulsivo. O atendimento é gratuito e a clientela recebe acompanhamento clínico. O objetivo principal do tratamento é a reinserção social do indivíduo, contribuindo para o resgate da sua cidadania em função da discriminação por ser acometido de sofrimento psíquico.
ATENDIMENTO - O Caps da Regional Centro-Norte funciona na Rua Pernambuco, 904, bairro Pirajá, próximo à Universidade Estadual do Piauí. A coordenadora do centro, psiquiatra Cleonice de Castro Teles, informa que o órgão, naquela região, possui 840 pessoas cadastradas e realiza 56 atendimentos por dia. “Mas a busca vem crescendo em virtude dos resultados obtidos”, diz. Ela explica que no Caps, diferentemente dos hospitais psiquiátricos, o atendimento é singularizado, individual, sempre levando em conta todos os aspectos que envolvem a vida do paciente. “E a participação da família é fundamental, pois ela funciona como grupo informativo da vida do paciente”, completa.
O outro Caps atende na Avenida Lindolfo Monteiro, 541, no Bairro de Fátima. Tem 1.180 pessoas cadastradas e uma média de 600 atendimentos mensais. De acordo com a coordenadora do centro, assistente social Tânia Melo, além de atendimento clínico, o lugar oferece atividades individuais e em grupos, oficinas de contos, de música, de artes, de chocolate, de beleza, pintura, bordado, tapeçaria e de rádio. Existem ainda os grupos de educação e saúde, de higiene corporal, de higiene ambiental e de orientação sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs - Aids).
“Além de orientação medicamentosa, realizamos visitas domiciliares, principalmente quando o paciente se afasta do serviço ou quando as equipes do Programa Saúde da Família detectam algum membro familiar com transtorno mental”, acrescenta Tânia Melo.
De acordo com Cleonice Teles, dependendo do grau de necessidade, o paciente pode frequentar os centros somente pela manhã ou à tarde, permanecer o dia inteiro, de segunda a sexta-feira, e ainda em dias alternados. Ela revela que as internações em manicômios psiquiátricos de pessoas que frequentam os centros diminuem consideravelmente.
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