O Hospital Geral de Massachusetts transplantou com sucesso, pela primeira vez, um rim de porco geneticamente modificado para um paciente vivo. Em nota divulgada nesta quinta-feira (21) o hospital informou que o procedimento cirúrgico foi liderado por um médico brasileiro, o cirurgião Leonardo Riella.
Segundo o comunicado, a cirurgia aconteceu no último sábado (16), e teve duração de quatro horas. O paciente que recebeu o transplante é um homem de 62 anos, que vive com problema renal em estágio avançado. Ele se recupera bem.
“O procedimento representa um marco importante na busca por fornecer órgãos mais prontamente disponíveis aos pacientes. O Mass General Brigham é um líder reconhecido internacionalmente em serviços de transplante, fornecendo cuidados avançados para um amplo espectro de transplantes de órgãos e tecidos em todo o seu renomado sistema médico acadêmico”, diz o comunicado.
O rim de porco foi fornecido pela eGenesis de Cambridge. O órgão foi geneticamente modificado, de modo que os cientistas removeram genes suínos prejudiciais e adicionaram genes humanos para melhorar sua compatibilidade com humanos.
Além disso, os cientistas inativaram retrovírus endógenos suínos para eliminar qualquer risco de infecção em humanos.
“Setenta anos após o primeiro transplante renal e seis décadas após o advento dos medicamentos imunossupressores, estamos à beira de um avanço monumental no transplante. Só no MGH [Hospital Geral de Massachusetts], há mais de 1.400 pacientes em lista de espera para transplante renal. Infelizmente, alguns destes pacientes morrerão ou ficarão doentes demais para serem transplantados devido ao longo tempo de espera na diálise. Estou firmemente convencido de que o xenotransplante representa uma solução promissora para a crise de escassez de órgãos”, disse o médico brasileiro Leonardo Riella, diretor médico de transplante renal da instituição.
Essa é a primeira vez que um transplante desse tipo foi feito em um paciente vivo. Em 2021, uma equipe médica de Nova York havia conduzido procedimento semelhante, em uma pessoa que havia tido morte cerebral.