Uma cepa da bactéria Klebsiella pneumoniae, isolada de uma mulher de 86 anos com infecção urinária, mostrou-se resistente a todos os antibióticos disponíveis. Essa chamada "superbactéria" foi identificada no Nordeste do Brasil. A paciente foi internada sob suspeita de infecção urinária.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista The Lancet Microbe. Os pesquisadores sequenciaram o genoma da bactéria e o compararam com um banco de dados contendo 408 outras sequências semelhantes. Essa cepa já havia sido detectada anteriormente nos Estados Unidos e apresenta um alto risco de se espalhar pelo mundo. De acordo com a pesquisa, a cepa demonstra alta versatilidade e se adapta facilmente às mudanças de tratamento.

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Superbactéria resistente a antibiótico

Em entrevista à revista Veja, o professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e coordenador do estudo, Nilton Lincopan, alertou sobre a gravidade da situação: “É possível que se torne endêmica nos centros de saúde em nível mundial”.

A pesquisa contou com o apoio da FAPESP, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates. Quando são encontradas cepas multirresistentes como essa, os serviços de saúde devem notificar a vigilância epidemiológica local. O paciente deve ser isolado, e a equipe médica que o atende deve tomar cuidados redobrados para evitar a transmissão da bactéria a outros pacientes.