O homem apontado pelo ex-policial militar Ronnie Lessa como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Domingos Brazão foi apontado durante delação premiada de Ronnie Lessa, um dos autores do crime, à Polícia Federal.
Antes de assumir o cargo como conselheiro do TCE, Brazão foi deputado estadual do Rio de Janeiro filiado ao MDB por cinco mandatos consecutivos, além de já ter sido vereador do município. Ele já foi acusado em 2019 pela Procuradoria-Geral da República de obstruir as investigações sobre o crime.
Segundo reportado pelo Intercept Brasil , o acordo de delação entre o ex-policial militar ainda deve ser homologado junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), visto que o nome citado por ele possui foro privilegiado.
Uma das hipóteses contadas pelo site como motivadores para o crime, seria a vingança contra o ex-deputado estadual Marcelo Freixo , atual presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur). Enquanto os dois atuavam lado a lado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Freixo e Brazão protagonizavam disputas sérias no ambiente parlamentar.
Em 2008, o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito) das milícias, presidida por Marcelo Freixo também citaram o nome do atual conselheiro do TCE-RJ. Outro fator que teria sido determinante sobre esse embate foi a atuação do presidente da Embratur na Operação Cadeia Velha, da Polícia Federal. Na ocasião, fortes nomes emedebistas, como os deputados estaduais Paulo Melo, Edson Abertassi e Jorge Picciani.
Marielle teria sido escolhida como alvo por conta da estreita ligação com Freixo, com quem trabalhou por 10 antes de ser eleita vereador, em 2016.