Durante evento oficial nesta quarta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar os atos do dia 8 de janeiro, afirmando que “cada golpista” que participou da depredação dos prédios dos Três Poderes será julgado. No entanto, na oportunidade ele se calou a respeito da presença do general Gonçalves Dias, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), nos atos em Brasília.
O presidente falou durante a cerimônia de posse do Conselho de Participação Social e de lançamento do Processo de Elaboração do Conselho de Participação Social (PPA).
“Nesse coração aqui não tem mais ressentimento, não tem mais mágoa, mas eu quero dizer para vocês que cada pessoa que participou do golpe do dia 8 vai ser julgada, vai ter direito à presunção de inocência, que eu não tive, mas nós não deixaremos de julgar cada golpista, porque neste país não existe espaço para nazista, fascista e para quem não gosta de democracia”, afirmou Lula.
O pronunciamento de Lula era esperado após a CNN divulgar imagens que mostram o ministro Gonçalves Dias e outros membros do gabinete durante a invasão ao Palácio do Planalto no dia 8. Em um dos vídeos é possível ver um dos membros do GSI entregando garrafas de água aos invasores.
Em nota, o GSI confirmou a presença do ministro e de outros membros do gabinete, mas negou que a intenção deles fosse ajudar os invasores. Segundo o GSI, o intuito era “evacuar o quarto e o terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar”.
O GSI disse ainda que instaurou sindicância a fim de apurar as condutas dos membros do gabinete. “Se condutas irregulares forem comprovadas, os respectivos autores serão responsabilizados”, consta na nota.
Ministro pediu demissão
Após a divulgação das imagens comprometedoras, o general Gonçalves Dias teve uma reunião com o presidente Lula e pediu demissão do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
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