Reportagem publicada na última sexta-feira (01) pela revista Veja, revela parte da delação premiada em que o publicitário Marcos Valério cita a relação entre o PT com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Marcos Valério foi condenado a 37 anos de cadeia e atuou como operador de pagamentos a parlamentares em troca de apoio no Congresso ao então recém-eleito Governo Lula.
A delação premiada foi fechada com a Polícia Federal e homologada pelo ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello. Segundo Marcos Valério, o empresário Ronan Maria, do ramo dos transportes, chantageava Lula para não revelar detalhes de como funcionava o esquema de arrecadação ilegal de recursos para financiar petistas.
Lavava recursos do PCC
O delator afirmou que Ronan ameaçava revelar que o PT recebia dinheiro de empresas de ônibus, de operadores de transporte pirata e de bingos clandestinamente, lavando recursos do PCC.
“Os bingos estariam lavando dinheiro do crime organizado e financiando campanha de candidatos a vereadores do PT e de deputados do PT em dinheiro vivo. E crime organizado leia-se PCC”, disse o publicitário.
Dossiê
Marcos Valério revelou ainda que o então prefeito de Santos, André Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002, havia produzido um dossiê detalhando quem, dentro dos quadros petistas, estava sendo financiado de forma ilegal. Segundo ele, esse dinheiro era destinado, além da cúpula partidária, para vereadores e deputados petistas que mantinham relações com o crime organizado. O delator disse, no entanto, que o dossiê desapareceu.
Valério ressaltou que após o assassinato do prefeito, o PT afastou os políticos envolvidos com o PCC. “A posteriori, o PT fez uma limpa, tirando um monte de gente, vereador, que era ligado ao crime organizado. Vocês podem olhar direitinho que vocês vão ver que o PT fez uma limpa, expulsando do partido essas pessoas”, destacou o delator.
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