O presidente da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Piauí, Leonardo Queiroz, afirmou que a prisão da vereadora de Teresina Tatiana Medeiros ocorreu de forma irregular. Nesta quinta-feira (3), a parlamentar, acusada de ter financiado sua campanha eleitoral com recursos ilícitos provenientes da facção Bonde dos 40, foi alvo da segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal no Piauí.
De acordo com Queiroz, a OAB-PI deveria ter sido comunicada previamente sobre a operação para acompanhar a situação, já que Tatiana também é advogada. "A OAB-PI foi informada do cumprimento deste mandado de prisão e de outras medidas cautelares contra a advogada pela mídia. Portanto, constatamos que esta prisão ocorreu de forma irregular, pois deveria ter sido feita a comunicação prévia à OAB-PI, para que pudéssemos acompanhar e verificar a regularidade da situação", explicou.

Com o intuito de assegurar a defesa de Tatiana Medeiros, a OAB-PI estará presente na audiência de custódia da vereadora, que ocorrerá nesta sexta-feira (4), no plenário do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), às 9h. “Devido ao nosso papel institucional, as prerrogativas da advogada serão observados no estrito termo do nosso estatuto para que caso, seja mantida essa prisão cautelar, ela não seja encaminhada à um sistema prisional, pois ela possui a prerrogativa de ficar recolhida enquanto presa provisória em uma sala de estado maior”, acrescentou.

Entenda o caso
Tatiana Medeiros e seu namorado, Alandilson Cardoso Passos, foram alvos de mandados de prisão preventiva expedidos pelo 1º Juízo de Garantias da Justiça Eleitoral no Piauí. A investigação da Polícia Federal teve início após o resultado das eleições de 2024, quando foram identificados indícios da ligação da vereadora eleita com a facção criminosa Bonde dos 40.
A PF suspeita de que a campanha da vereadora tenha sido financiada com recursos ilícitos do crime organizado, com o nome de Alandilson surgindo como um dos principais articuladores financeiros do grupo criminoso.
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