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Antônio José Lira acusa deputado Júlio César de 'tramar' para lhe tomar o mandato

“Podem usar todo poder que vocês têm. Inclusive, o poder que o deputado federal Júlio César tem", disse.

O vereador Antônio José Lira (Republicanos) entrou em contato com o GP1, nesta quinta-feira (26), para falar sobre a ação que tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) que o acusa de infidelidade partidária. De acordo com o parlamentar, o deputado federal Júlio César está tramando para 'tomar' o seu mandato.

José Lira concorreu ao cargo de vereador pelo PSD e ficou como suplente. Contudo, ele trocou o partido pelo Republicanos do prefeito Dr. Pessoa e assumiu o mandato após a saída de Renato Berger para Semel.


Foto: Lucas Dias/GP1Antônio José Lira
Antônio José Lira

Confira o áudio do vereador Antônio José Lira na íntegra

Antônio José Lira disse ainda que Júlio César (PSD) é quem está ajudando Alysson Pêgo na disputa judicial pelo mandato dele na Câmara. “Podem usar todo o poder que vocês têm. Inclusive, o poder de Brasília que o deputado federal Júlio César tem. Ele está segurando quatro processos de corrupção da Conab, que foi indicação dele para esse bandido [Alysson Pêgo], suplente, que entrou contra mim na Justiça. Mas, não vão tirar o mandato de quem trabalha por Teresina, que é o Antônio José Lira, porque eles acham que são os donos do Piauí, eu não sou só, eu tenho Deus no meu coração e a língua afiada com cerol de papagaio”, pontuou.

Segundo Antônio José Lira, ele sofreu perseguição dentro do PSD ainda na campanha eleitoral. “Me questionaram ‘quando você saiu do PSD porque não pegou uma carta de expulsão?’ Ora, como é que eu ia pegar uma carta para me deixarem ‘legalizadozinho’, como diz a lei, se lá quiseram foi me acabar e quase acabaram no período eleitoral. Eu fui perseguido pelo PSD, o ódio no coração do PSD contra o Antônio José Lira”, afirmou.

“Um povo que tem tudo, tem cargo de deputado estadual [Georgiano Neto], o pai [Júlio César] é federal, a mãe [Jussara Lima] está querendo ser agora senadora da República, mas tem que tirar o Antônio José Lira porque nós decidimos numa reunião”, completou o vereador.

Entenda o caso

De acordo com a ação, o vereador Renato Berger e o primeiro suplente Eduardo Draga Alana se licenciaram para assumir o cargo de secretário municipal e os suplentes Junior Macedo e Cida Santiago se desfiliaram do PSD, ingressando, respectivamente, no Patriota desde abril de 2022 e no PT desde março de 2022. O quarto suplente, Antônio José Lira, se desfiliou em março deste ano e se filiou ao partido Republicanos.

Alysson Pego comunicou a Câmara Municipal que os suplentes não se encontram mais filiados ao PSD e que numa eventual vacância do cargo de vereador, a mesa fizesse a correta convocação do 5º suplente que seria o legítimo suplente de direito vinculado ao partido.

A petição inicial aponta que o fato de Antônio José Lira sair injustificadamente do partido e assumir o cargo de vereador, mesmo filiado a outro, contraria o ordenamento jurídico, demonstrando infidelidade partidária. “Portanto, evidente a conduta infiel do requerido, que urge medida de rigor, com a devida perda do cargo indevidamente aceito pelo mesmo e empossado no cargo de vereador em vacância na Câmara Municipal de Teresina, vinculada pelo sistema eleitoral proporcional a agremiação PSD; e por questão de economia processual e celeridade, a justa determinação para que a Câmara Municipal, de a posse do cargo de vereador decorrente de vacância do partido PSD, ao 5º suplente mais votado e diplomado, que se encontra vinculado ao partido PSD", ressalta.

A ação pede que seja decretada a perda do mandato de Antônio José Lira, e seja determinada a posse de Alysson Pego no cargo de vereador de Teresina.

Outro lado

O GP1 entrou em contato com o deputado federal Júlio César, que alegou não ter nenhuma relação com ação. “Eu não tenho nada a ver com isso, eu estou em Brasília, nem no Piauí estou indo. A pessoa dessa ação é o suplente Alysson que entrou na Justiça. O PSD não tem participação nessa ação, o partido não entrou nisso”, destacou o parlamentar.

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