O líder do Podemos na Câmara, deputado Igor Timo (Podemos-MG), pediu ao procurador-geral da República Augusto Aras a recriação das forças-tarefa da Lava Jato, extintas neste ano e integradas aos Grupos de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaecos) do Paraná e do Rio de Janeiro.
O parlamentar afirma que o ‘trabalho exitoso’ das forças-tarefa levaram à condenação de 278 pessoas cujas penas somadas chegam a 2.611 anos de prisão, além de devolução de R$ 4,3 bilhões aos cofres públicos.
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“O trabalho exitoso das forças-tarefas, fundamentado na disponibilidade de recursos humanos e materiais compatíveis com a complexidade dos fatos averiguados, recomenda retomada desse modelo internacional de investigação até a responsabilização de todos os envolvidos no esquema de corrupção desmantelado pela Lava Jato”, afirmou Timo.
Em Curitiba, berço da Lava Jato, a força-tarefa paranaense foi formalmente extinta no dia 1º de fevereiro e apenas quatro de seus integrantes foram alocados no Gaeco, com mandatos até agosto de 2022. O grupo é composto por mais cinco procuradores. No Rio, a Lava Jato deixou de existir em março e o seu coordenador Eduardo El Hage, foi eleito para chefiar o Gaeco fluminense.
A extinção do modelo das forças-tarefa e a institucionalização dos Gaecos traduz a meta encampada por Aras de redesenhar o Ministério Público Federal. A remodelação da instituição gerou desgaste com as equipes da Lava Jato e com membros do próprio Conselho Superior. A cúpula do MPF vinha discutindo a possibilidade de reunião dos grupos de trabalho sob comando único sediado em Brasília.
O projeto criaria a Unidade Nacional de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Unac), subordinada a Aras, para atuar no combate à corrupção, a atos de improbidade administrativa e ao crime organizado.
Com a resistência dos investigadores, que veem risco de perda de autonomia com a unificação, a ampliação dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado como estratégia para absorver as forças-tarefas e abarcar as investigações de combate à corrupção ganhou força. A ressalva agora é sobre a capacidade estrutural dos grupos para tocar inquéritos mais complexos.
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