O relator-geral do Orçamento de 2022, Hugo Leal (PSD-RJ), rejeitou o pedido do governo Jair Bolsonaro para incluir no Orçamento uma previsão de reajuste a policiais federais. O deputado apresentou nesta segunda-feira, 20, seu relatório final. A votação do texto, que inicialmente aconteceria ainda nesta segunda na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso e no plenário, foi adiada para terça-feira, 21.
Na semana passada, o Ministério da Economia de Paulo Guedes cedeu à pressão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e enviou um ofício ao Congresso pedindo R$ 2,86 bilhões no Orçamento do ano que vem para reajustar o salário de policiais federais. Guedes disse na sexta-feira que R$ 2 bilhões são para os reajustes aos policiais e o restante para mais duas categorias que ele não diria quais são porque "senão todo mundo vai querer".
A demanda havia sido feita pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e foi encampada por Bolsonaro, em aceno a uma categoria estratégica para as eleições de 2022. O plano prevê uma reestruturação de carreiras da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Leal já havia dito ao Estadão/Broadcast não haver espaço para reajustes a servidores em 2022. "Pode ser merecido e importante para eles, eu tenho pessoas da minha família que são também servidores públicos federais, mas tenho a preocupação principal, que é a marca do relatório, é continuar atendendo a saúde e os benefícios de caráter social", afirmou em entrevista publicada em 11 de dezembro.
Além das carreiras de segurança, Bolsonaro já prometeu reajuste para todos os servidores em 2022, ano em que disputa a reeleição. "Reajuste seria de 3%, 4%, 5%, 2%, que seja de 1%", disse o presidente, em entrevista à Gazeta do Povo no dia 8 deste ano. "Servidor, em grande parte, merece isso", completou.
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