O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), anunciou que testou positivo para o novo coronavírus. O ministro publicou o exame que detectou a infecção em suas redes sociais na manhã desta segunda-feira, 20, e afirmou que está seguindo um protocolo de tratamento com ivermectina e cloroquina, medicamentos sem eficácia comprovada cientificamente para a doença.
"Quinta à noite comecei a sentir sintomas que poderiam ser da Covid. 6a passei por exames, entre eles o PCR e o resultado saiu hoje e o covid foi detectado. Desde 6a estou seguindo o protocolo de azitromicina, ivermectina e cloroquina e já sinto os efeitos positivos", escreveu o ministro.
Bom dia.
— Onyx Lorenzoni ???????? (@onyxlorenzoni) July 20, 2020
Quinta à noite comecei a sentir sintomas que poderiam ser da Covid.
6a passei por exames, entre eles o PCR e o resultado saiu hoje e o covid foi detectado.
Desde 6a estou seguindo o protocolo de azitromicina, ivermectina e cloroquina e já sinto os efeitos positivos. pic.twitter.com/r8KoXpIADH
Com a confirmação, Onyx é mais um representante dos três Poderes diagnosticados com covid-19. Um levantamento feito pelo Estadão no dia 8 de julho mostrou que, até aquela data, quase 30% dos governadores do País foram contaminados com a doença, além de prefeitos, parlamentares e ministros de Estado. O número aumentou, uma vez que o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), testou positivo no dia 15.
Entre os ministros de Bolsonaro, já testaram positivo Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Bento Albuquerque, de Minas e Energia. Ambos foram infectados na comitiva de Bolsonaro aos Estados Unidos, em março deste ano.
Com direito a jantar no sul da Flórida na presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a viagem deixou mais de 20 pessoas infectadas, incluindo o secretário de comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, com quem Bolsonaro teve contato.
Medicamentos sem comprovação científica
Apesar de citar "efeitos positivos" dos medicamentos, o protocolo seguido por Onyx não tem a eficácia para o coronavírus comprovada cientificamente.
No dia 10, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já havia soltado uma nota, informando que os estudos relacionando a ivermectina ao tratamento da covid-19 não eram conclusivos. O texto também afirma que o uso do medicamento para indicações não previstas na bula é de escolha e responsabilidade do médico prescritor e que não existem remédios aprovados para prevenção ou tratamento da doença no Brasil.
Sobre a hidroxicloroquina, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou nota nessa sexta-feira, 17, afirmando que dois estudos internacionais comprovaram que não há nenhum benefício clínico no tratamento da covid-19. No texto, a entidade diz que a substância não é eficaz nem na prevenção nem na cura da doença. O remédio é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro.
Ver todos os comentários | 0 |